Coluna Ensaio Geral.
Crônicas de Bom Conselho.Por: Alexandre Tenório.
A PENSÃO DE DONA NINA
A PENSÃO DE DONA NINA, ficava localizada
na Rua Oliveira lima bem no centro de Recife. Por lá passaram vários
bom-conselhenses, juntamente com a PENSÃO DE DONA ELVIRA (na Rua Barão de São
Borja) eram as duas pensões que mais acolheram bom-conselhenses.
Dona Nina era uma senhora de cor morena
escura e tinha duas filhas e um irmão (só vivia bêbado).
Quando Dr. Zenício foi morar no Recifefoi para
esta pensão,levado pelas mãos do finado Peu(filho de Zé Zuza). Peu com uma
presença um pouco desleixada, pois tinha um cabelo “BLACK PAUL” chega com
Zenício e Zé Tesourão, a mulher já ficou cismada com aquele trio de matutos.
Então Peu diz para dona Nina – eu vim apenas trazer os rapazes eu já tenho
minha pensão, a senhora pode ficar tranquila que este aqui “com Zenício” com
qualquer pedaço de pão e uma banana ele passa, e este outro “com Zé Tesourão”
só toma café e come pão. Com esta apresentação foram admitidos para morar na
pensão os dois bom-conselhenses, Zenício tinha passado em medicina e Zé
Tesourão em Engenharia Química.
Na pensão já moravam Genival
(ex-funcionário do Banco do Brasil) e Radar (filho de seu Cazuza). A situação
dos bom-conselhenses não era das melhores, o dinheiro era pouco e quando
chegava o final de mês, estavam quase à zero. Certa feita o dinheiro zerou e
juntando os centavos que restavam de cada um, deu uma quantia que permitiu
comprar uma JACA MOLE, pois bem, comprado à jaca, munido de um pequeno pau
entraram em ação os bom-conselhenses, em poucos minutos tinham devorado a jaca
(jaca é o maior fruto produzido pela natureza, em qualquer parte do mundo).
Na gestão de Gustavo Krause como prefeito
do Recife, ele iniciou as feirinhas típicas, todo dia da semana tinha uma
feirinha, tanto no centro do Recife como nos bairros, as duas feirinhas típicas
do centro era a da PRAÇA DO DERBI (NO SÁBADO) e a do PARQUE 13 DE MAIO (NO
DOMINGO). A feirinha típica tinha sempre shows e varias barracas de comidas
típicas, e começava a tarde e se estendia pela a madrugada, era muito bom.
Foi na feirinha do “PARQUE 13 DE MAIO” que
o nosso amigo Peu conheceu uma jovem, foi amor à primeira vista, bateram os
olhos um no outro, e a flecha do cupido transfixou os corações. Aproximaram-se
e começaram um bate papo, nome, endereço etc.
Em pouco tempo Peu já sabia de boa parte
da vida da jovem Rosa, ela morava em Santo Amaro, fazia Pedagogia na Católica,
não trabalhava, pois os seus pais tinham condições, ela só estudava, e por ai
vai...
Quem tinha ido com Peu para a feirinha,
tinha sido Genival, e uma coisa começou a martelar na cabeça dele, ele já tinha
visto aquela moça em algum lugar, ela não era estranha.
Peu quase que não dormiu a noite, só
pensando em Rosa, começou a fazer planos, ao dormir sonhou esquiando em Bariloche
com ela, depois passeando em Paris na Champs-élysées...
Tinham marcado para no próximo domingo se
encontrarem novamente na feirinha, o tempo parece que tinha parado e Peu a todo
instante olhava para o relógio, e nada das horas passar. Para terminar a
segunda-feira foi um sacrifício. Peu doido que chegasse o domingo.
Na terça-feira vem Genival do cursinho, e
antes de chegar à pensão da de cara com Rosa, varrendo a calçada de uma pensão
que ficava localizada um pouco antes da pensão de dona Nina, Rosa estava em
trajes de apagar fogo, um vestidinho de chita, um lenço amarado na cabeça,
sandália japonesa nos pés, de nada parecia com aquela gata que estava na
feirinha, porém não havia dúvida era ela mesma, para tirar a dúvida, Genival perguntou
a um rapaz que morava na pensão e estudava com ele no cursinho, e o rapaz
confirmou que Rosa trabalhava de doméstica na pensão.
Como dizer a Peu a verdade sobre Rosa, não
por ela ser empregada doméstica, e sim por ela ter mentido sobre sua vida.
Na quarta-feira chega Peu na pensão para
confirmar com Genival a ida ao domingo para a feirinha no parque 13 de maio,
ficaram conversando e Genival doido para falar e sem ter jeito, é quando cria
coragem e conta a verdade sobre Rosa, foi mesmo que da uma cacetada em Peu, o
homem morreu.
Peu olha para Genival e diz que amanhã
voltava com uma solução para o caso, iria tomar uma decisão radical sobre o
assunto.
À noite Peu não conseguia dormir, e quando
agarrou no sono, sonhou que estava esquiando com Rosa em Bariloche e vinha uma
avalanche de neve os cobriam, estava em Paris passeando na Champ-élysées e de
repente caiam num bueiro, ou seja, todos os sonhos que ele tinha sonhado com
Rosa, terminaram em tragédia.
Na quinta-feira entra Peu na pensão de
dona Nina, e ao encontrar com Genival vai logo dizendo, irei fazer duas coisas:
primeiro não venho para a pensão por este lado da rua, venho pelo o outro lado,
segundo não irei mais para a feirinha do parque 13 de maio irei frequentar a
feirinha do Derbi, só assim não irei encontra com ela.
Vai aqui minha homenagem a este
bom-conselhense que nos deixou precocemente. Peu era um dos mais inteligentes
da nossa geração e também um dos mais críticos.
Não Perca!
Bom Conselho irá parar novamente.
Acontecerá no próximo dia 18 de janeiro, às 17 horas, no Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho o lançamento do livro.
Não Perca!
Bom Conselho irá parar novamente.
Acontecerá no próximo dia 18 de janeiro, às 17 horas, no Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho o lançamento do livro.
"O Dia Em Que Bom Conselho Parou".