DICA DE LEITURA: “AS MIL E UMA NOITES”
Por Fernando Chagas da Costa (*)
A dica de leitura dessa semana serve para o período de
férias, porque se precisa de mais do que um bom final de semana ou feriadão
para completá-la, em função do seu tamanho. Entretanto, não desista de cara, ao
se impressionar com o volume.
Embora já tivesse ouvido falar sobre a obra quando
adolescente, somente a adquiri quando paguei na faculdade uma disciplina na
qual o professor nos deixava livre para ler diversas obras e fazermos resumo
para apresentar aos demais colegas. Como ela falara certa vez sobre o livro, o
escolhi para o trabalho e assim conheci “AS MIL E UMA NOITES”, um clássico da
literatura árabe.
A edição que tenho, composta por dois volumes, é
apresentada por Malba Tahan, cujo livro “O Homem que calculava” foi aqui
sugerido para leitura em 24.08.2013.
O início das aventuras começa quando um Rei da Pérsia,
de nome Shariar, descobre que sua mulher era infiel e o traía com um escravo
todas as vezes que ele viajava. Furioso com a situação, o rei mata a mulher e o
escravo, e a partir daí acredita que nenhuma mulher é digna de confiança.
Com isso, toma uma decisão terrível: dormiria, a partir
de então, a cada noite com uma mulher diferente e na manhã seguinte mandaria
matá-las, para não correr o risco de uma nova infidelidade.
E assim o massacre transcorreu durante certo tempo. Seu
vizir, um tipo de primeiro ministro ou conselheiro, trazia as moças ao rei e na
manhã seguinte elas eram entregues para o sacrifício. Até que um dia, Sherazade,
filha do vizir toma a decisão de ser uma das moças a ser levada ao rei, para
tristeza e desespero de seu pai, que tenta, sem sucesso, impedi-la da ideia.
O que o vizir não sabia era que a filha tinha um plano,
arriscado, que colocaria em prática.
Ao ser apresentada ao rei, Sherazade faz um único
pedido: que ele permita que sua irmã venha ao castelo para despedir-se, o que o
monarca permite.
Assim, após o rei a possuir e para completar a noite
que a separa do amanhecer fatídico, a irmã pede a Sherazade (isso já havia sido
combinado entre as duas) para contar-lhe uma história, na presença do rei. E
assim é feito.
Sherazade começa, então, a extraordinária História do mercador e do
gênio, porém quando o dia está amanhecendo, ela interrompe a história, dizendo
que só a continuaria na noite seguinte. O rei já totalmente encantado com a
história, não dá a ordem de execução e espera ansioso para saber como
terminaria a narrativa.
Usando a mesma estratégia da primeira noite, Sherazade
vai sobrevivendo noite após noite, ano após ano, parto após parto (chega a ter
três filhos com o rei) com histórias que abrangem os mais diversos temas.
Para quem gosta da magia das histórias árabes, “As mil
e uma noites” é leitura mais que obrigatória, além de extremamente prazerosa.
Boa leitura
(*) Fernando Chagas da Costa é funcionário do Banco do
Brasil há mais de 30 anos e professor universitário da área de exatas na
Faculdade de Alagoas/FAL, vinculada a Estácio de Sá.
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