Por
Alexandre Piúta
As eleições para o
Conselho Tutelar acontecidas domingo pelo país afora teve em todos os Estados
uma série de denúncias. E, o que deveria ser exceção se revela um modelo
vigente pelo país afora, com mais ou menos intensidade, a depender da região.
Vídeos revelam
candidatos em situações deploráveis, noutros até manuseando cédulas eleitorais.
Denúncias, vazadas por meio de áudios, revelam o preço da compra e venda de
votos, variando entre o Sudeste e o Nordeste de R$ 20 a R$ 100. Santinhos e
transportes irregulares correram frouxo. Isto, mais declarações de candidatos
derrotados afirmando que têm provas de irregularidades.
A eleição de domingo é
um exemplo e traz à tona a chaga que toma conta de muitas regiões do país, que
é o mercado de votos. Sobre isso, vale lembrar a decisão recente do Senado
limitando o gasto para as próximas eleições aos valores de 2016 acrescidos da
inflação, bem como definiu o valor máximo para utilização de recursos próprios
em 10% a do total de campanha. Com isso, o gasto de uma campanha a prefeito
numa cidade como Bom Conselho será próximo de R$ 250 mil reais.
A compra e venda de
votos, por outro lado, leva a uma reflexão sobre o papel de cada um dos
envolvidos no negócio. De um lado está o que compra e de outro o que vende.
Mas, qual desses dois dos dois é mais ou menos culpado? Da minha parte, penso
que são iguais. Pois considero que na compra e venda de votos as duas partes
são corrompidas, uma recebendo um valor irrisório pelo voto sob a justificativa
de que é só um voto e do outro lado, o comprador que tem poder nos dois
sentidos, o aquisitivo e poder político, também corrompido.
O que aconteceu no domingo passado merece reflexão
sobre como são tratados muitos processos eleitorais no país. Na nossa cidade
não é diferente. Aqui até as paredes sabem que acontece de tudo a cada eleição.
Em muitos casos são visíveis que os gastos extrapolam os valores estabelecidos
na lei, mas pouco tem sido feito para acabar com o abuso e a insistência de
muitos em desrespeitar a legislação.
A compra de voto é um desserviço à sociedade, além
de desautorizar a quem faz isso a tecer qualquer que seja a critica acerca de
idoneidade das pessoas que ajudou a eleger se beneficiando dessa prática, pois
não há diferença quanto ao comportamento ético de quem se envolve nesse tipo de
situação. São situações, portanto, que não podemos concordar, tenha sido no
passado, hoje, ou no futuro.
Francisco Alexandre – Piúta