terça-feira, 8 de outubro de 2019

Coluna Ensaio Geral: A Partida de António Buzunga



          Há pouco tempo escrevi sobre uma viagem arretada de boa que ele fez para a cidade de Salvador na Bahia. Agora vou escreve um pouco sobre ele, hoje sábado 5 de outubro de 2019 ele faleceu. Tonho era de cor morena escura, fala mansa, não se irritando com nada, vivia de bem com a vida, era neto de Maria Panema, que trabalhou por muitos anos na casa de minha bisavó Rosa Feliciano, Maria Panema era neta de escravos. Maria Panema tinha uma peculiaridade, quando cismava ia a pé para o Juazeiro de meu Padre Cicero, sempre levava com ela um cachorro, e por muitas vezes os bichos não aguentavam o rojão e morriam no meio do caminho. Pois bem, Tonho Buzunga era sem dúvida o segundo melhor sanfoneiro de nossa cidade, pois o primeiro é “Basto Peroba”. Tonho tinha um companheiro inseparável, que era seu “Jason do Cavaquinho”, eles animaram muitas festas em nossa cidade. Tonho foi acometido de vários problemas de saúde e devido à gravidade não teve como se recuperar. Com a morte de Tonho Buzunga nossa cidade ficou praticamente sem tocador de sanfona, pois, já morreram – Severino Sanfoneiro, Mané Caju e agora Tonho Buzunga, o nosso grande sanfoneiro Basto Peroba se encontra muito doente, ou seja, restam poucos sanfoneiros. 

Vai aqui uma sugestão ao amigo Carlos Alberto, presidente da associação dos músicos amadores de Bom Conselho, que entre em contato com o que sobrou dos sanfoneiros de nossa terra e faça uma escolinha, para que tenhamos novos sanfoneiros, e esta tradição nordestina não acabe em nossa cidade. No céu deve estar uma grande festa esperando Tonho Buzunga, com Mané Caju (oito baixo), Severino Sanfoneiro, João Cego (zabumbeiro), Edson Sucupira (cavaquinho), Zé Delicado (trombone), Mané do Carão (trombone), Zé Boca de Porco (clarineta), Artur (tuba), Tonho de Dinda (precursão), maestro Zé Puluca (sax sanfone)...

Nenhum comentário:

Postar um comentário