De: Veja.
De
acordo com o promotor que investiga o caso, as autoridades agora irão levantar
o histórico do copiloto Andreas Lubitz, que não era ligado a nenhuma rede
terrorista
Sozinho
na cabine de comando, o copiloto do Airbus A320 ativou os controles para fazer
o avião descer até se chocar contra uma cadeia de montanhas dos Alpes
franceses, disse nesta quinta-feira o promotor que investiga o acidente que
matou as 150 pessoas que estavam a bordo do avião da Germanwings. O voo 4U-9525 partiu nesta
terça-feira de Barcelona, na Espanha, com destino a Dusseldorf, na Alemanha, e
caiu cerca de uma hora após a decolagem.
Segundo
o promotor Brice Robin, o copiloto Andreas Lubitz trancou o piloto do lado de
fora de cockpit e iniciou o procedimento de descida da aeronave "por uma
razão que não temos nenhuma ideia, mas que pode ser vista como um desejo de
destruir o avião". Segundo o jornal Le Monde, Robin afirmou que as
investigações agora irão se concentrar na análise de personalidade do copiloto.
Lubitz é alemão e não era suspeito de ter ligação com nenhuma organização
terrorista.
Questionado
se o copiloto pudesse estar sofrendo de algum mal súbito no momento em que o
piloto estava do lado de fora da cabine de comando, o promotor respondeu que
"a priori não", acrescentando que sua respiração captada pelos
microfones não é condizente com a de um homem sofrendo um ataque cardíaco. Nos
minutos finais do voo, os alarmes de alerta soaram informando que o avião se
aproximava do solo em alta velocidade; os sons foram captados pela gravação,
mas o copiloto permaneceu em silêncio. O avião não respondeu aos chamados dos
controladores de tráfego aéreo e não emitiu um pedido de socorro antes de cair,
acrescentou Robin. A aeronave desceu durante aproximadamente oito minutos, a
partir de uma altura de cruzeiro, de 38.000 pés (mais de 11.500 metros), até o
impacto com o solo, a uma velocidade de mais 700 Km/h.
Nesta
quarta, o jornal The New York Times revelou que o piloto deixou a
cabine de comando antes de o avião perder altitude e não conseguiu voltar ao
cockpit. A informação surgiu a partir de dados do registro de voz. "O
homem do lado de fora está batendo na porta, sem resposta. E então, ele começa
a bater com mais força, ainda sem conseguir uma resposta. A resposta nunca
vem", disse a fonte, segundo o jornal. "Dá pra ouvir que ele está
esmurrando a porta", acrescentou.
Na
descrição feita pela fonte do jornal americano, na parte inicial do voo é
possível ouvir uma conversa "tranquila" entre os pilotos. Até o
momento em que o áudio indica que um dos pilotos deixa a cabine e não consegue
entrar novamente. "Ainda não sabemos por que um deles saiu. Mas o que é
certo é que, no final do voo, o outro piloto estava sozinho e não abriu a
porta", disse o investigador.
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