terça-feira, 16 de julho de 2019

Coluna: Tribuna Livre Revolução Pernambucana de 1817




Por:
José Roberto.

Esta revolução sempre foi comentada em nossa família devido principalmente a dois personagens. O primeiro, o Capitão de Artilharia José de Barros Lima, meu antepassado, que vem a ser o avô do meu bisavô Urbano Gomes de Araújo Pereira. O segundo personagem e por incrível que possa parecer, meu xará o Marechal José Roberto Pereira da Silva, primo legítimo de meu tetravô materno Francisco Gomes de Araujo Pereira (história da Revolução de 1817 do Monsenhor Muniz Tavares, pg. 85). Eram amigos e parentes, sendo que o Capitão José de Barros Lima deu início à Revolução matando a golpes de espada o Brigadeiro Barbosa de Castro. O segundo, o Marechal José Roberto Pereira da Silva ficou ao lado da monarquia e foi quem retirou em segurança o Governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro, levando-o ao Rio de Janeiro. Segundo o historiador Ferrero: O verdadeiro espírito revolucionário jamais se encontrou fora das classes altas e cultas; e não há revolução que não tenha nascido de uma discórdia fomentada no seio das classes dominantes. O povo, a multidão nunca recorreram a revolução senão quando falta o pão no armário e o carvão na lareira”. Assim foi a Revolução Francesa.

Esta nossa Revolução de 1817 houve discórdia entre os patriotas revolucionários principalmente devido ser a libertação dos escravos uma das metas da Revolução com apoio dos Padres do Seminário de Olinda. Os grandes proprietários de terras e grandes comerciantes como Domingos José Martins, Gervásio Pires, Cruz Cabugá, dentre outros não viam com bons olhos essa libertação, pois eram proprietários de escravos. Esta discórdia, dentre outras, e a falta do apoio popular levou ao término desta Revolução. Não existe revolução sem o apoio do povo e com certeza além de atos de covardia, como do Tenente José Mariano de Albuquerque que abandonou sua tropa em Ipojuca. Tudo isso contribuiu para o fim do sonho revolucionário, sonho que renasceu com a Confederação do Equador tendo como personagem principal o Frei Caneca. A revolução de 1817 foi uma consequência da Guerra dos Mascates de 1710, onde a rivalidade entre portugueses e brasileiros era evidente. O comércio atacadista, os melhores cargos na administração e nas forças armadas eram dos portugueses, ficando os brasileiros com o resto, e isso provocava revolta entre os nascidos na terra. A revolução de 1817 foi o maior movimento republicano até aquela data. A revolta do dia 6 de março (feriado estadual) até 20 de maio de 1817. Se o movimento demorou apenas 70 e poucos dias, a devassa demorou 4 anos. Entre os condenados à morte, prisão e degredo foram 295 patriotas. Dentre eles o Capitão José de Barros Lima, o Leão Coroado, que foi enforcado e decapitado. Em 23 de fevereiro de 1917 o Governador Manoel Borba criou nossa bandeira baseada na bandeira revolucionária. A única diferença entre a bandeira inicial é que esta tinha três estrelas que representavam Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte e o sol tinha um rosto estilizado. Nossa bandeira tem apenas uma estrela (Pernambuco) e foi retirado o rosto do centro do sol. Um detalhe interessante é que o Príncipe Pedro I foi favorável a Revolução de 1817 (comentários de Oliveira Lima).

Para concluir, os versos do Frei Joaquim do Amor Divino Caneca da sua Canção Pernambucana:


“Cidadãos pernambucanos
Sigamos de Marte a lida;
É triste acabar no ócio,
Morrer pela pátria é vida
Quando a voz da pátria chama
Tudo deve obedecer;
Por ela a morte é suave,
Por ela se deve morrer
O patriota não morre,
Vive além da eternidade;
Sua glória, seu renome
São troféus da humanidade”.

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