Por: José Roberto Pereira
Antes de entrar no tema sobre a importância do Maestro
José Duarte Tenório (o Zé Puluca) não só sobre sua cultura carnavalesca como
educador, vamos saber sobre o que representa Pernambuco para cultura nacional.
Recife, nossa capital, e pela posição geográfica privilegiada junto à Europa
recebia o que havia de moderno no antigo continente e era absorvido em nossa
sociedade. Pernambuco das revoluções libertárias, do início da unidade nacional,
como pátria, com as memoráveis Batalhas dos Guararapes onde expulsamos o
invasor Batavo. Aqui também nasceu nosso nativismo cultural e religioso com a
chegada dos primeiros negros em território nacional em 1537 com o Donatário Duarte
Coelho Pereira. Só de ritmos em Pernambuco são mais de 16, desde os Caboclinhos
até o Frevo.
Apesar de toda esta história e por culpa dos nossos
gestores (prefeitos e governadores) e do Poder Legislativo, somos um povo sem
nativismo e exemplos não faltam:
1 - Não temos, por falta de lei, a obrigatoriedade da
história de Pernambuco na grade curricular, como também, a falta do ensino da
história municipal em cada cidade.Como pode você nascer no município e não
conhecer sua história, sua geografia, seus valores culturais?
2 - Falta amor nativista em nossos governantes.Quantas SecretariasMunicipais
de Cultura existem em Pernambuco?
Nosso frevo é PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE, de
acordo com a UNESCO, e este título não é valorizado. Na contramão dessa
história cultural e de resgate, nasce em Bom Conselho, no Agreste Meridional do
Estado de Pernambuco a Associação dos Músicos Amadores de Bom Conselho - AMABC,
a qual sob a Presidência do Sr. Carlos Alberto Pereira de Oliveira, iniciou em
nosso município o resgate da nossa história, homenageando nossos personagens
vivos e falecidos, mas, que tem história e serviços prestados em nossa terra
através de bonecos gigantes. Aqui em Bom Conselho não existe boneco do Homem da
Madrugada, Mulher do Guarda-chuva, Menino do Amanhecer. Aqui existe homenagem de
boneco gigante aos seus filhos, dos quais se destaca o maestro, músico,
compositor e professor José Duarte Tenório o saudoso Zé Puluca. Este maestro deixou
um acervo de frevos inéditos, frevos do nível de um Capiba, de um Maestro Nélson
Ferreira, de um Getúlio Cavalcante, de um Antônio Carlos Nóbrega, dentre outros.
O problema é que nosso Pernambuco só valoriza os movimentos
culturais do Recife e grande Recife em detrimento da nossa cultura interiorana
onde em cada município tem seus valores culturais e não são valorizados, pois
não existe uma política cultural voltada para os folguedos do interior. Dos 185
municípios pernambucanos poucos se destacam. Por que não existe um festival músico/cultural
em Recife a exemplo da FENEARTE que é voltada para o artesanato? Com certeza
grandes valores musicais iriam se destacar, como nos festivais passados. Falta
pernambucanidade, falta uma política de governo voltada para o resgate cultural
em cada município pernambucano.
Hoje a AMABC luta junto aos parlamentares pernambucanos
para transformar o Carnaval de Zé Puluca em Patrimônio Cultural Pernambucano. Senhores
e Senhoras parlamentares não é só o Maestro José Duarte Tenório, o Zé Puluca,
que merece este título. Quantos movimentos culturais existem em Pernambuco, em
cada município, completamente desconhecidos? Falta convênio entre Governo de Estado
e Prefeituras para um levantamento completo da cultura de raiz em Pernambuco,
um resgate da sua história.
Pernambuco com certeza e defendendo nossas tradições
históricas têm o Parlamento Nativista. Pernambuco e Zé Puluca, imortais! imortais!
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