Morreu neste
último dia 13 de março de 2019, o último boêmio de Bom Conselho – JOSÉ AUGUSTO
FELIX.
Zé Augusto,
filho de Dona Neném e seu Neném. Nasceu atrás de um balcão de mercearia,
ajudando os pais. Muito alegre, amigo, inteligente... Zé Augusto nasceu para o
comércio, e foi por muitos anos o maior comerciante de secos e molhados de
nossa cidade. Porém deu uma tacada errada, ao invés de investir em Bom
Conselho, foi investir em Garanhuns, e ai foi seu erro, pois, sem estrutura
para ter comércio nas duas cidades, e sem poder dar assistência às duas
cidades, terminou falindo.
Zé Augusto de
cor morena, rosto redondo, um sorriso cativante, estatura média, uma boa lábia
de vendedor, que transferiu para conquistar as mulheres.Era também muito
vaidoso, andava bem vestido, um cordão de ouro no pescoço, uma pulseira de ouro
no pulso e um bom relógio e dinheiro no bolso. Com todos estes ingredientes,
fizeram dele um dos maiores boêmios e DON JUAN de nossa cidade.
Não temos
ideia de quantos amores ele teve. Quando ia para o Recife e chegava num bordel,
era o rei. Já tinha seus cantos favoritos, e todos o conheciam. Não fazia
questão de valor de conta, queria ser bem atendido. Gostava de comer no
MAXIME’S, onde tinha a melhor peixada do Recife.
Só bebia whisky,
e mesmo depois de velho, tomava sua dose quase diariamente.
Zé Augusto era
compadre de meu avô seu José Correntão – que era padrinho de Roberto seu filho
mais velho. Zé Augusto teve oficialmente 10 filhos, com os vários amores de sua
vida.
Já velho teve
a sorte de ter como último amor, minha amiga Graça, que se dedicou a ele, e lhe
deu uma velhice tranquila. Ele foi dormir e numa mais acordou. Teve uma morte
digna de um bom homem.
Morreu com 91
anos.Ainda era um homem de compleição forte. Fazia seu CHECK-UP médico todos os
anos e se cuidava. Com sua morte nossa cidade perde o último grande boêmio.
E
para terminar esta pequena homenagem a este grande bom-conselhense. Vou lembrar
o que ele sempre dizia quando ia cumprimentar um amigo - estendia a mão e dizia ORAITE FRAITE, e abria aquele sorriso
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