As
forças policiais estaduais e o exército começarão a atuar de forma conjunta em
Pernambuco para garantir a chegada dos comboios que saem do Porto de Suape para
distribuição de combustível e gás de cozinha. Em reunião realizada na tarde
deste domingo (27), com a presença do governador Paulo Câmara, o governo e o
Comando Militar do Nordeste traçaram um plano estratégico para distribuir o
material, sobretudo para o interior. Em paralelo, há uma negociação com os
manifestantes estacionados na Avenida Portuária para a liberação de 30% da
frota de caminhões circulantes diariamente na via.
Desde o último sábado (26), quando passou a vigorar o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), a secretaria de Defesa Social e o Comando Militar vêm negociando a união das forças. “Há uma previsão do uso da força, se necessário, para desinterdição das vias. Então, se preciso for, sem dúvida alguma, as forças de segurança estarão preparadas para fazer esse trabalho”, garantiu o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua. “Sabemos que no interior a situação é mais complicada do que na Região Metropolitana do Recife (RMR), por isso a necessidade do trabalho conjunto”, detalhou o secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco, Márcio Stefanni.
Ainda
não foi definido o tamanho do comboio que seguirá para o interior. Segundo
Antônio de Pádua, o uso da força conjunta será feito em “momento oportuno”, a
depender do andamento das negociações com os representantes do movimento. O
secretário fez um apelo para que os manifestantes evitem levar mulheres e
crianças para os 12 pontos de bloqueios distribuídos nas estradas que cortam o
estado, como estaria ocorrendo, em forma de intimidação. “A força do estado tem
que permanecer e não queremos machucar quem não deve ser machucado. A paciência
do pernambucano está chegando ao limite”, pontuou Stefanni.
Entre
a noite do último domingo e a amanhã de ontem, saíram cerca de 50 caminhões do
Porto de Suape para abastecimento prioritário das forças policiais, ambulâncias
e transporte público. A meta do governo estadual é negociar para a 120 a 150
caminhões diários, somente de combustível. “Existe uma resistência, uma vez que
o movimento não é organizado e não há uma liderança. Muita gente se qualificou
como negociador e não é. Há dois a quatro grupos por bloqueio”, acrescentou
Stefanni.
Os
secretários confirmaram que um comboio com 14 caminhões que levavam gás
liquefeito de petróleo (GLP), mas não estava sendo escoltado pelo governo, foi
interceptado pelos manifestantes na entrada de Suape. Ontem também foi
realizada uma reunião com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), para
alinhamento das medidas que estão sendo tomadas. O MPPE realizou o primeiro
encontro do Gabinete de Acompanhamento de Crise, com foco na realização de um
monitoramento permanente da prestação dos serviços básicos à população.
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