Cerca
de 50 profissionais de salões de beleza fazem, a partir de hoje (25), uma série
de ações contrárias ao Projeto de Lei 5230/13. Caso seja sancionado pelo
presidente Michel Temer, esse projeto legalizará a contratação de pessoas
jurídicas para a prestação de serviços como os de cabeleireiros, barbeiros,
manicures, pedicures, maquiadores, esteticistas e depiladores. Até a madrugada
de quinta-feira (27), eles oferecerão gratuitamente seus serviços em frente ao
Palácio do Planalto.
Na
avaliação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade
(Contratuh), entidade que organiza as manifestações, a mudança nas regras
atuais resultará na eliminação dos direitos trabalhistas dos profissionais de
salões de beleza e, ao torná-los pessoas jurídicas, obrigá-los a contratar outros
profissionais.
“Como
donos de empresas teremos de contratar desde contadores até técnicos, uma vez
que os salões são fiscalizados pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância
Sanitária] que, por meio de uma norma, impõe a contratação de técnico, pelo
salão. Ou seja, não será o dono do salão, mas a pessoa jurídica – que seremos
nós – a obrigada a fazer essa contratação. Além do mais, perderemos nossos
direitos trabalhistas”, disse o presidente da Contratuh, Moacir Roberto Tesch
Auervald, ao destacar que só os donos de salão serão beneficiados, caso o
projeto obtenha a sanção presidencial.
De
acordo com Moacir Auervald, a sanção dessa lei poderá fazer com que efeitos
negativos reflitam em diversos outros setores. “Se abrir essa porta, abrirá
também a porta para as demais categorias, como garçons, enfermeiros e qualquer
outra categoria”, disse ele ao lembrar que profissionais como jornalistas e
corretores tanto de seguros como de imóveis já são vítimas dessa “pejotização”,
termo que se refere a profissionais que são contratados como pessoas jurídicas.
Ele
critica ainda a forma como o projeto foi aprovado pela Câmara, na noite do dia
11 de outubro. “Ele nem estava na pauta. Foi votado no dia em que votaram o
Supersimples, ao final da votação no Plenário. A atividade exercida por
profissionais de beleza foi regulamentada em janeiro de 2012. Se sancionarem
essa lei, nossa categoria ficará novamente desregulamentada. É um absurdo”,
completou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário