A presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do
Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, cobrou hoje (25)
respeito aos juízes. “Não é admissível aqui, fora dos autos, que qualquer juiz
seja diminuído ou desmoralizado. Como eu disse, quando um juiz é destratado, eu
também sou”, afirmou a ministra, no início da 240ª Sessão Ordinária do CNJ.
Ontem (24), o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), criticou o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da
Justiça Federal, por autorizar as prisões do chefe da polícia do Senado, Pedro
Ricardo Carvalho, e mais três policiais legislativos, suspeitos de prestar
serviço de contrainteligência para ajudar senadores investigados na Lava Jato e
em outras operações. Renan também fez críticas ao ministro da Justiça,
Alexandre de Moraes, que criticou a Polícia Legislativa pela suposta obstrução
da Lava Jato.
Renan chamou o juiz federal de “juizeco” e
disse que Moraes se comporta, “no máximo”, como um “chefete de polícia”. Durante
a abertura da sessão do CNJ, Cármen Lúcia defendeu o equilíbrio entre os
poderes da República, disse que os juízes são essenciais para a democracia e
que não há necessidade de qualquer tipo de questionamento que não seja no
estreito limite da constitucionalidade e da legalidade.
“Respeito, nós devemos e guardamos com os poderes e,
evidentemente, exigimos de todos os poderes em relação a nós. O juiz brasileiro
é um juiz que tem trabalhado pela República, como trabalhou pelo Império. Somos
humanos, temos erros. Por isso existe este CNJ, para fortalecer o Poder
Judiciário, coerente com os princípios constitucionais, com as demandas e as
aspirações do povo brasileiro”, disse a presidente do CNJ.
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