O Senado decidiu afastar do cargo a presidente Dilma
Rousseff (PT), 68. É a segunda chefe de Estado a enfrentar formalmente um
processo de impeachment desde a redemocratização, 24 anos após Fernando Collor.
O vice Michel Temer (PMDB), 75, deve assumir seu lugar interinamente nesta
quinta (12). Será a 41ª pessoa a ocupar o cargo de presidente da República. A
decisão foi tomada às 6h30, após uma sessão de quase 21 horas no plenário do
Senado.
Com 78 senadores presentes, 55 votaram contra Dilma e 22 a
favor, com 0 abstenções. Era preciso maioria simples (ou seja, a maioria dos
senadores presentes, mais um) para que o pedido fosse aceito.
Agora, o Senado terá até 180 dias para julgar o mérito da
acusação contra a presidente.
Se o placar desta votação for repetido quando o Senado
julgar o mérito da acusação contra a presidente, em até 180 dias, chegará ao
fim definitivo desta era do PT no poder, iniciada com a posse de Luiz Inácio
Lula da Silva em 2003. Isso porque são necessários, nesta etapa, 54 votos para
Dilma perder o mandato presidencial.
"Temos indícios suficientes para a abertura do
processo", disse o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator do caso no
Senado, durante a sessão que começou às 10h de quarta-feira (11).
Responsável pela defesa da presidente, o advogado-geral da
União, José Eduardo Cardozo, rebateu: "Não existe crime de
responsabilidade caracterizado neste processo".
Após ser notificada, Dilma deve cumprimentar militantes do
PT e de movimentos sociais que estarão em frente ao Planalto e sair em comboio
em direção ao Palácio da Alvorada. No período de afastamento, ela mantém alguns
de seus benefícios, como poder morar no Alvorada.
A previsão é que a presidente seja notificada da
decisão às 10h, e Temer, às 11h; a partir daí, ele será presidente interino do
Brasil, até a decisão final do Senado sobre o impedimento.
Fonte: Folha
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