O presidente da CUT, Vagner Freitas, entregou à candidata um
documento com as propostas da central para um eventual segundo governo de
Dilma. Entre as reivindicações, estão a redução da jornada de trabalho sem
redução de salários, o fim do fator previdenciário, a manutenção da política de
valorização do salário mínimo, além da reforma agrária, a democratização das
comunicações e o fim da discriminação de negros e mulheres.
“Só vemos uma condição para fazer esta transformação: tendo
mais Dilma para fazer, pois os outros [candidatos] não vão fazer,” disse
Freitas. “Estamos do mesmo lado e não somos o Banco Santander. Se o Santander
está do outro lado, nós estamos com Dilma para mudar o Brasil,” comparou o
sindicalista, em referência ao episódio em que o banco emitiu comunicado a
alguns correntistas em que relaciona a eventual reeleição de Dilma a efeitos
negativos para a economia.
Em um discurso de 37 minutos, Dilma disse que irá manter a
política de valorização do salário mínimo que, segundo ela, ajudou a diminuir a
desigualdade social no país, junto com o Bolsa Família. “Eu não fui eleita nem
se serei reeleita para reduzir salário de trabalhador, nem para desempregar
trabalhador. Nem para colocar o nosso país de joelhos diante de quem quer que
seja”, acrescentou a candidata.
Dilma disse que seu projeto para os próximos quatro anos
inclui a superação da crise econômica e a continuidade do crescimento, com
garantia de emprego, renda e outras conquistas sociais, como o reconhecimento
do trabalho doméstico, a luta contra o trabalho escravo e o acesso da população
negra ao serviço público por meio da Lei de Cotas.
Aos sindicalistas da CUT, Dilma reforçou o slogan que
pretende utilizar na campanha e disse que essa será uma eleição “da verdade
contra o pessimismo” e comparou o clima atual à preparação para a Copa do
Mundo, quando o governo foi criticado e questionado sobre sua capacidade de
organizar o campeonato. “Quando Lula foi eleito, dissemos que a esperança
venceu o medo. Agora temos que pensar que a verdade tem que vencer o
pessimismo. Falaram que não teria Copa do Mundo e que, se tivesse, daria
errado. E, se desse errado, era porque não tinha aeroporto, não tinha estádio e
não conseguiriam andar na cidade e seria o caos. Falaram até em racionamento de
energia. E o que nós vimos é que nada disso aconteceu. Nada disso aconteceu”,
lembrou.
“O que vimos foi o contrário, a Copa foi um sucesso e o
Brasil mostrou que tem um povo muito hospitaleiro, alegre e civilizado. Demos
uma goleada nos pessimistas. Nesta eleição, temos que fazer a mesma coisa.
Temos que dar uma goleada nos pessimistas”, acrescentou.
Dilma criticou o governo paulista, do PSDB, pela crise no
abastecimento de água. “A verdade vence a falsidade e o pessimismo quando a
gente lembra o que aconteceu na Copa. Todos os jornais diziam que faltaria
energia no Brasil. Não vai faltar energia no Brasil, mas em São Paulo pode
faltar água. Nós [governo federal] tomamos todas as providências para que no
Brasil não falte energia elétrica”, comparou.
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