DICA DE LEITURA: “O AUTO DA COMPADECIDA”
Por Fernando Chagas da Costa
Via de regra, normalmente quando vemos um
livro fazer sucesso, logo temos a obra transformada para a mídia
cinematográfica. E também, via de regra, quando isso acontece, ficamos com a sensação
de que o livro é muito melhor que o filme.
O fato acontece, e é quase uma realidade,
porque é muito difícil para o roteirista/diretor resumir tanto detalhe da obra
para alguns minutos de cinema. Quem já conhece o livro fica, normalmente,
decepcionado com a omissão de muita coisa ou até irritado com alterações que o
roteiro promove.
E a situação inversa? Ou seja, quando
assistimos a um filme ou série e gostamos muito, será que somos tentados a ler
o texto original que deu origem?
“O
Auto da Compadecida”, com certeza, despertou esse sentimento em muita gente,
quando assistiu a minissérie, apresentada pela Rede Globo, de 5 a 8 de janeiro de 1999 (já se
vão 14 anos), com roteiro de Adriana Falcão, Guel Arraes e João Falcão, baseada
na peça homônima de Ariano Suassuna.
Posteriormente a minissérie foi apresentada no cinema, porém com cortes que a
reduziram em uma hora.
O sucesso da produção global foi
fantástico. Em quatro dias nos divertimos bastante, principalmente com as
aventuras de João Grilo e Chicó, com interpretações maravilhosas de Matheus
Nachtergaele e Selton Mello, respectivamente.
Além deles, um time de primeira complementou o elenco, entre eles,
Fernanda Montenegro, Marco Nanini, Lima Duarte, o saudoso Rogério Cardoso,
Diogo Vilela etc.
No próximo dia 6 de novembro, como já
divulgado nesse blog, Ariano Suassuna, autor da obra estará em Bom Conselho. Já
assisti a diversas das suas palestras pela internet e uma vez ao vivo, em
Maceió. É uma ótima oportunidade de assistir a sua aula espetáculo, para, além
de nos deliciarmos com suas histórias, ouvirmos, “in loco”, depoimento apaixonado pelas nossas raízes culturais.
Há, inclusive, no formato de “livros para
ouvir”, uma versão comercializada da obra, narrada pelo excelente artista
pernambucano Antônio Nóbrega, da
qual eu tenho um exemplar que me foi dado de presente pelo criador desse blog.
A dica de hoje é, para quem ainda não o
fez, a leitura de “O Auto da Compadecida”,
originalmente escrita em 1955, cuja primeira encenação foi em Recife, em 1956. Tenho
certeza que gostarão tanto quanto a produção apresentada na telinha. Há
Boa Leitura.
(*) Fernando Chagas da Costa é funcionário do Banco do Brasil há mais de 30 anos e professor universitário da área de exatas na Faculdade de Alagoas/FAL, vinculada à Estácio de Sá, e na Faculdade de Administração e Negócios/FAN, vinculada à Fundação Getúlio Vargas/FGV
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