“Coca Zero dá câncer”?. Vez ou outra você recebe um spam com
esse título. Há alguns anos, circula pela internet o boato de que o
refrigerante teria sido proibido nos EUA e que apenas países
"subdesenvolvidos", como o Brasil, continuariam a vender esse
"veneno negro". Alguns desses textos são assinados por supostos
médicos e são recheados de links. Você até pode deletar o e-mail, mas fica com
uma pulga atrás da orelha: será que faz mal?
Se existe uma resposta simples
para a questão, ela pode ser resumida da seguinte forma: não existe estudo que
comprove a relação entre refrigerantes light, diet ou zero e a incidência de
câncer em humanos. O
que não significa que a bebida possa ser consumida como água.
O grande “vilão” associado à
Coca Zero é o ciclamato de sódio, adoçante que foi proibido pelo FDA (Food and
Drug Administration, órgão regulador de alimentos e remédios nos EUA), mas é
aprovado no Brasil e em vários outros países. Mais de 50, segundo a Coca-Cola,
que dispõe em seu site uma área só para esclarecer “boatos e mitos” sobre seus
produtos ( veja em http://www.cocacolabrasil.com.br/boatos_mitos.asp?inicio=1).
No Brasil, a Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) já recebeu tantos questionamentos que também
decidiu divulgar, em 2009, um informe técnico
(http://www.anvisa.gov.br/alimentos/informes/40_020609.htm) sobre o assunto. O
texto explica como e quando começou toda a polêmica: em meados de 1970, quando
um estudo demonstrou que a ingestão crônica de ciclamato aumentava a incidência
de tumores de bexiga em ratos, levando o FDA a proibir a substância.
Outras pesquisas não
comprovaram o risco, mas os EUA até hoje mantêm a proibição (para os críticos,
isso é reflexo do “lobby do aspartame”). Uma pesquisa feita pelo Instituto
Nacional de Câncer dos EUA, por exemplo, avaliou por 17 anos a ingestão por
macacos de quantidades diárias (cinco vezes por semana) de ciclamato
equivalentes às de 30 latas de refrigerante dietético. Nenhum dos animais
contraiu câncer de bexiga, esclarece a Anvisa.
Em 1999, o ciclamato foi
classificado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (Iarc) como
pertencente ao Grupo 3, isto é, não carcinogênico para humanos. Segundo a Iarc,
“há evidência inadequada em animais de laboratório e em humanos para a
carcinogenicidade de ciclamatos”.
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