sexta-feira, 15 de março de 2019

Coluna Ensaio Geral: José Augusto Felix- O Último Boêmio


          Morreu neste último dia 13 de março de 2019, o último boêmio de Bom Conselho – JOSÉ AUGUSTO FELIX.
          Zé Augusto, filho de Dona Neném e seu Neném. Nasceu atrás de um balcão de mercearia, ajudando os pais. Muito alegre, amigo, inteligente... Zé Augusto nasceu para o comércio, e foi por muitos anos o maior comerciante de secos e molhados de nossa cidade. Porém deu uma tacada errada, ao invés de investir em Bom Conselho, foi investir em Garanhuns, e ai foi seu erro, pois, sem estrutura para ter comércio nas duas cidades, e sem poder dar assistência às duas cidades, terminou falindo.
          Zé Augusto de cor morena, rosto redondo, um sorriso cativante, estatura média, uma boa lábia de vendedor, que transferiu para conquistar as mulheres.Era também muito vaidoso, andava bem vestido, um cordão de ouro no pescoço, uma pulseira de ouro no pulso e um bom relógio e dinheiro no bolso. Com todos estes ingredientes, fizeram dele um dos maiores boêmios e DON JUAN de nossa cidade.
          Não temos ideia de quantos amores ele teve. Quando ia para o Recife e chegava num bordel, era o rei. Já tinha seus cantos favoritos, e todos o conheciam. Não fazia questão de valor de conta, queria ser bem atendido. Gostava de comer no MAXIME’S, onde tinha a melhor peixada do Recife.
          Só bebia whisky, e mesmo depois de velho, tomava sua dose quase diariamente.
          Zé Augusto era compadre de meu avô seu José Correntão – que era padrinho de Roberto seu filho mais velho. Zé Augusto teve oficialmente 10 filhos, com os vários amores de sua vida.
          Já velho teve a sorte de ter como último amor, minha amiga Graça, que se dedicou a ele, e lhe deu uma velhice tranquila. Ele foi dormir e numa mais acordou. Teve uma morte digna de um bom homem.
          Morreu com 91 anos.Ainda era um homem de compleição forte. Fazia seu CHECK-UP médico todos os anos e se cuidava. Com sua morte nossa cidade perde o último grande boêmio.
          E para terminar esta pequena homenagem a este grande bom-conselhense. Vou lembrar o que ele sempre dizia quando ia cumprimentar um amigo    - estendia a mão e dizia ORAITE FRAITE, e abria aquele sorriso

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