Por Fernando Chagas da Costa (*)
Continuando na indicação do mesmo autor citado na semana anterior, “Não nascemos prontos!” foi o primeiro dos livros de Mário Sérgio Cortella que tomei conhecimento (quando em sua 9ª edição) e, de cara, identifiquei-me com o estilo das provocações filosóficas do autor.
O
livro tem 31 capítulos (independentes) de duas páginas cada, ou seja,
num piscar de olhos você tem se deliciado com seu conteúdo maravilhoso.
“Gente
não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não pronta e vai se
fazendo”. Essa é a frase-chave do primeiro capítulo, que nos leva a
concluir, como o próprio autor insinua, que nós somos hoje a nossa mais
nova edição (revista e às vezes ampliada, ou reduzida). O mais velho
está no passado e não no presente.
Você
vai viajar nas provocações que abrangem a tacocracia (a pressa
enaltecida), a multiplicidade de fontes de informações, o caráter
humano, o futuro, o passado, a mídia, a amizade, a felicidade, a
sabedoria, entre tantos outros temas. Cortella
reforça que a insatisfação deve sempre existir, para que possamos nos
inovar, criar, modificar, aperfeiçoar-nos. E o grande desafio do ser
humano é, portanto, vencer a sedução para não se entregar ao repouso.
Outro
fato rico em seus livros, e esse não foge à regra, é que sempre está
repleto de menções a grandes autores, através de frases reflexivas. A
exemplo disso, na página 132, no último capítulo, cita o psicanalista
alemão Erich Fromm que, na tentativa de juntar as concepções de Marx e
Freud, advertiu: “O
homem moderno pensa perder algo – tempo – quando não faz as coisas
depressa; entretanto não sabe o que fazer com o tempo que ganha, a não
ser matá-lo”.
Boa Leitura.
(*) Fernando Chagas da Costa é funcionário do Banco do Brasil há mais
de 30 anos e professor universitário da área de exatas na Faculdade de
Alagoas/FAL, vinculada à Estácio de Sá.