Muitos fiéis foram até o Cemitério Parque das Flores na
tarde deste sábado (31) para dar seu último adeus ao frei Leão, falecido na noite
de sexta-feira.
O frade estava com 87 de anos de idade e veio a óbito por
falência múltipla dos órgãos. Por volta das 16h teve início a Missa de corpo
presente, que foi presidida pelo frei Hélio, da Ordem a que pertencia o frade,
e concelebrada por monsenhor Delfino Barbosa, monsenhor Rubião Lins, padre
Manoel Henrique e padre Tito Régis; com a assistência litúrgica do diácono
Ronaldo Figueiredo e do seminarista Luiz Antônio.
Bastante emocionado, padre Manoel Henrique, então pároco da
Paróquia São Pedro, na Ponta Verde, que acolheu o frei Leão, proferiu algumas
palavras na homilia, dando ênfase ao destino de todo aquele que crê: o retorno
à Casa do Pai. Depois, testemunhou sobre o religioso: “Frei Leão era um frade
que vivia à luz daquilo que foi São Francisco de Assis. Era um homem simples,
de coração grande, e que vivia sustentado na fé, por isso tinha sempre uma
palavra de Deus para nós, desde os mais pobres até os mais aquinhoados da
sociedade. A palavra que proferia servia de alento, cura ao coração. Daí tantas
pessoas acorriam a ele”.
Terminada a Santa Missa, e antes do sepultamento, seguiu-se
o Rito das Exéquias, presidido pelo monsenhor Rubião. Logo após, o frei Hélio
fez questão de dizer: “As grandes vozes de Alagoas estão sendo silenciadas a
exemplo do frei Leão de Viçosa, e de tantos outros, contemporâneos dele, como o
Cardeal Avelar Brandão Vilela e Dom Fernando Iório... Devemos sempre recordar
destes grandes homens de fé, que marcaram nossa vida. Frei Leão era um homem de
sorriso até no olhar, muito mais que nos lábios. Esta é a imagem que fica de
sua pessoa: um frade contente, e de um grande testemunho de fé, mesmo diante
dos sofrimentos que teve que enfrentar em vida.”
Monsenhor Delfino, que conviveu com frei Leão na cidade de
Viçosa, quando criança, também testemunhou sobre o frei e afirmou que ele foi
um grande incentivador de sua vocação.
Milton Peixoto, sobrinho do frei Leão, cantou uma canção em
homenagem ao frei, agradeceu aos presentes, de modo particular a senhora Nazaré
Melo e a seus filhos por terem cuidado tão bem do frei Leão e ser para ele
também uma família.
Breve histórico
Nício Silva Peixoto - seu nome de Batismo - nasceu em 11 de
junho de 1927 na cidade de Viçosa, Alagoas. Ingressou na Ordem dos Frades
Menores Capuchinhos aos 14 anos, sendo ordenado sacerdote no dia 30 de novembro
de 1953, juntamente com Fernando Iório Rodrigues e Estevão da Rocha, ficando
conhecido como ‘Frei Leão de Viçosa’.
Foi guardião do Convento dos Capuchinhos em Maceió e em Bom
Conselho(PE) onde também foi diretor da escola Frei Caetano de Messina.
Muito serviu a Arquidiocese de Maceió. Juntamente com o frei
Fulgêncio - também falecido – foi o pioneiro na propagação da Renovação
Carismática Católica (RCC) em Alagoas, particularmente em Maceió. Nos últimos
anos de sua vida, residia com os seus familiares, sendo muito querido não
somente por eles, mas por todos os fiéis que tiveram a graça de lhe conhecer.