Do: Portal Terra
Por: Pedro Rocha
O deputado federal e candidato à reeleição Protógenes
Queiroz (PC do B) tem repetido que a queda do avião em Santos
(SP) que matou o candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) e mais
seis pessoas “não foi um acidente normal”, mas sim um atentado. Em
entrevista ao Terra, Protógenes, que é delegado licenciado da Polícia
Federal (PF), disse: “questão do acidente ser normal, na minha convicção, está
afastado isso”. Ele afirma ter provas de sua versão dos fatos,
relata estar conduzindo uma investigação paralela e que irá entregar os
dados coletados à Procuradoria Geral da República (PGR) após as
eleições. “Eu quero saber as explicações para as lacunas de dados que
eu estou coletando, pra formatar uma convicção e apontar até uma direção dos
possíveis responsáveis”, afirmou.
O irmão de Eduardo Campos, o advogado Antônio Campos,
afirmou, por meio de nota na última segunda-feira que juntou "tal
nota (sobre a versão do deputado) perante o Ministério Público de
Santos e a 5ª Vara Federal de Santos, na tarde de hoje, requerendo que se
intime o Delegado Federal e Deputado Federal Protógenes Queiroz para que
perante o MPF e a Justiça Federal faça o seu esclarecimento e traga aos autos
os citados indícios e depoimentos que alega ter de que o acidente com Eduardo
Campos teria sido atentado”.
No dia da queda da aeronave, Protógenes relata que estava na
baixada santista, onde iria se encontrar com o candidato à
Presidência, “apesar de não pertencer ao mesmo campo político, mas por
questão de respeito, por amizade que eu tinha com o Eduardo Campos”. Ao ficar
sabendo do ocorrido, o delegado licenciado diz ter se dirigido ao
local da tragédia “para coletar informações”.
O primeiro fato estranho, de acordo com Protógenes, é que “a
equipe da PF que ficou designada pra poder acompanhar nas buscas, coletar
alguns dados, só chegou na madrugada do dia seguinte”. Ele afirma que a área
não foi isolada corretamente para a coleta e análise de evidências.
No região da queda do avião ele diz ainda ter encontrado
“contradições”. Relata ter localizado um fichário de anotações do piloto, mas
apenas a capa, sem as folhas, que encontrou em outro local após buscar por
conta própria. “Por que foram retiradas essas folhas? Por que eu encontrei em
outro local? Eu fotografei as folhas e pedi pra perícia recolher”.
Ele conta ainda ter tirado fotos de pedaços
da fuselagem do avião e que teve acesso às imagens dos destroços
coletados e armazenados na base da Força Aérea no Guarujá. Segundo ele, várias
peças não constam nas fotos na base aérea: “eu vou lá (na base aérea) pra
confrontar o que eles retiraram do local, referente à aeronave, e (ver) se
não constam algumas peças que eu encontrei no local”.
O deputado disse que as imagens captadas por câmeras de
prédios no entorno levam a crer que o piloto estava sem o controle da aeronave
no momento em que caiu. “Todo o sistema de aviônica, eletrônico, digital da
aeronave foi paralisado”. Outra questão seria quem autorizou o plano de voo em
condições meteorológicas desfavoráveis: "aquela pista (no Guarujá,
para onde o jato seguia) precisaria ter boas condições de visibilidade
para se poder aterrissar".
Por fim, o delegado afirma que alguns técnicos da PF que
estão trabalhando no caso estariam receosos com a possibilidade de um atentado.
“Os técnicos estão um pouco amedrontados com a situação, amedrontas porque
converge com uma situação de um atentado (...) e eles têm medo de algum tipo de
retaliação”