O jornalista, radialista e blogueiro, Magno Martins, postou
em seu blog, uma conversa sua com Eduardo Campos sobre a Petrobrás.
Magno Martins:
"Conheci Eduardo no início dos anos 80, após a volta de
Arraes do exílio em 1979. Com a sua eleição para governador em 2006, passei a
ter com ele uma relação tensionada, mais de tapas do que de beijos. Depois de
um bate-boca numa cobertura de uma incursão dele ao Sertão na cobertura do
Governo nos Municípios, tivemos um grande desentendimento.
Foi um diálogo tão ríspido, assistido por dois seguranças e
tendo como testemunha a sua mulher Renata e Alexandre Arraes, hoje prefeito de
Araripina, que ficamos por mais de dois anos sem sequer se cumprimentar.
Informações do Governo foram bloqueadas, ninguém dava notícias, nem
secretários, nem fontes do partido.
Mas o tempo cura tudo e muitos bombeiros acabaram fazendo a
intriga do bem. Numa das últimas viagens com ele, ainda governador, quando
estava sendo cogitada a convocação dele para uma comissão especial da Petrobras
no Congresso, lhe perguntei sobre o que acontecia nesse escândalo da Refinaria
Abreu e Lima.
Ele me disse com muita ênfase: “Magno, esse é um dos maiores
escândalos de todos os tempos, pois esse projeto era estimado em U$ 2,5 bilhões
e já gastaram mais de U$ 21 bilhões, além de um atraso de mais de 300% do
tempo. Por isso, que apoiei a CPI da Petrobras e vou fazer de tudo para
sabermos a verdade nua e crua”.
MAIS DE 40 BI ALÉM DO
PREVISTO
Pelas suas contas, se não me falha a memória, já haviam sido
gastos R$ 40 bilhões a mais do previsto inicialmente, algo realmente absurdo,
um escândalo gigantesco que não pode ficar impune, em nenhuma hipótese. Levantei
o ponto sobre quererem atingir o governo dele, como o PT quer colocar na CPI.
E ele me disse: “Não tenho nenhum tipo de preocupação, muito
pelo contrário, porque tudo e todos devem ser investigados, sem qualquer
privilégio, sendo que Suape recebeu um adiantamento e os recursos foram
aplicados de maneira exemplar, inclusive cumprindo os prazos e os custos dentro
do previsto, ao contrário do não cumprimento da Petrobras que está com tudo
estourado de custos e prazos”.
Acrescentei outra pergunta sobre a razão de Paulo Roberto
Costa ter incluído o nome dele como testemunha e Eduardo me respondeu: “Esse
Paulo Roberto Costa se revelou um grande bandido, membro de uma gangue chefiada
pelo PT e só faz o jogo do poder. Ele pensa que vai me intimidar, mas não tenho
um segundo de temor e vou jogar tudo o que posso para desvendar todos os
membros dessa quadrilha”.
Disse que sabia que ele, o Paulo Roberto, estava fazendo o
jogo do PT e que iria enfrentar os dois sem nenhum tipo de medo, porque tinha
consciência total e completamente tranquila. Ou seja, senti uma segurança
absoluta de Eduardo Campos quanto a este assunto.
Ele não tinha o que esconder, ainda mais porque tinha duas
CPIs dominadas pelo PT querendo fazer tudo para destruí-lo, além da
investigação comandada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.
Em suma, dá para entender que a matéria da Veja tem a ver
com uma vingança de Paulo Roberto Costa e sua gangue responsável pela maior
estrutura de corrupção que se tem conhecimento deixando o “mensalão” como uma
pelada infantil."
(Do Blog do Magno)