DICA DE LEITURA: “A EMPAREDADA DA RUA NOVA”
Por Fernando Chagas da Costa (*)
Na segunda-feira da semana passada, 06.01, começou na
Rede Globo a minissérie “Amores Roubados”, que foi noticiada aqui no blog do
Argonauta no domingo, 05, com o título “Minissérie global com sotaque pernambucano”.
No último parágrafo do texto há uma frase citada que
foi dita por Germano Haiut : “Comemorei quando soube que A emparedada seria
adaptada e achei muita boa a ideia de se passar no sertão, que traz um pouco do
que havia no final do século 19” .
A “Emparedada”, citada no texto, refere-se a obra de
Carneiro Vilela, A Emparedada da Rua Nova, que foi publicada, em partes, através de um jornal recifense (Jornal
Pequeno), durante três anos (1909 a 1912). Posteriormente seria transformada em
livro.
Há muitos que acreditaram que a história relatava um
caso real.
Seria uma lenda urbana recifense?
Como a minissérie não segue à risca o texto de Carneiro
Vilela, mas trata-se de uma adaptação baseada na mesma, resolvi adquiri-la (em
uma versão digital) para conhecer a história original.
Para minha grata surpresa, no início da obra, há um
texto introdutório com o título “Mistérios e costumes em um romance-folhetim: A
emparedada da Rua Nova, de Carneiro Vilela”, assinado por Anco Márcio Tenório
Vieira, professor do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade
Federal de Pernambuco.
Faz muitos anos que não vejo Anco Márcio, que é irmão
de um amigo de infância e que também tem uma coluna neste blog, Alexandre
Tenório Vieira (saudades dos campeonatos de jogo de tampinhas de
refrigerantes).
Para quem está vendo a produção global, a dica da
semana é conhecer o texto que a deu origem pois, como diz o Anco Márcio em sua
introdução, “O sopro de vitalidade que, ainda hoje, A emparedada da Rua Nova
promove naqueles que leem as suas páginas – o que leva a ser reeditada e, a
cada reedição, ter os seus volumes esgotados -, passa por ingredientes que a
compõem: seja na sua forma, na sua estrutura narrativa e nos temas abordados;
seja como fonte documental dos costumes e dos modos de ser daqueles que viviam
no Brasil do Segundo Império, particularmente, no Recife”.
Boa leitura
(*) Fernando Chagas da Costa é funcionário do Banco do
Brasil há mais de 30 anos e professor universitário da área de exatas na
Faculdade de Alagoas/FAL, vinculada a Estácio de Sá.