COLUNA TRIBUNA LIVRE
Por:
José
Roberto Pereira
Após ter
feito o 1º Científico no Colégio Pio XIIem Palmeira dos Índios-AL no ano de 1967,
fui transferido para o Recife e morando no Colégio São João na Rua Benfica,
prédio que no início do Século XX era um hotel onde se hospedava Dantas Barreto.Iniciamos
o ano letivo de 68 e na nossa classe do 2º científico estudavam Carlos Wilson,seu
irmão Wilson Campos Jr., Marcantônio Dourado, Severino Farias, dentre outros.No
ano anterior o Náutico foi vice-campeão Nacional, perdendo para o Palmeiras,com
gol feito em completo impedimento pelo ex-alvirrubro Reinaldo.O juiz deste jogo
foi o Armando Marques.Voltando a 68,Náutico ganhou o 1º e 2º turnos, ficando o
Sport campeão do 3º turno, levando a decisão do campeonato para uma melhor de
três.
Primeiro
jogo nos Aflitos com a vitória do Náutico por 1x0 gol de Ramos de pênalti.
Segundo
jogo na Ilha com vitória do Sport por 3x2, marcando para o Sport Zezinho, Acelino e
Valter, e para o Náutico Nino e Ivan.
O terceiro
jogo seria nos Aflitos. Era um domingo, dia 21/07/1968. Domingo de sol e de
agitação no Recife.Só se falava na grande final.Muita gente comprou ingresso e
não conseguiu entrar.O jogo foi transmitido ao vivo pela TV Jornal.
Eu tinha
marcado com o rubro-negro Marcantônio Dourado para irmos juntos ao jogo. Marcantônio
morava num apartamento que ficava ao lado da ponte que liga a Praça do
Internacional ao Derby.Passei no apartamento do Marcantônio às 11 horas,
conforme o combinado.Encontrando-o fechado, fui andando até os Aflitos. Arataca
do interior,peguei a primeira fila e quando entrei nos Aflitos fui parar na
torcida do Sport. Talvez tenha sido o único alvirrubro a presenciar o jogo do Hexa
na torcida contrária.Foi uma das piores sensações,calado e sem poder torcer.
O Náutico
estava invicto nos Aflitos a 74 jogos (perdera pela última vez para o Santa em
29/12/1963 por 3x0).Os Aflitos com capacidade para 16 mil recebeu um público de
23.320 pessoas.
O Náutico
jogou com Valter, Gena, Fernando Matias, Ivan Limeira e Toinho; Jardel (Ede) e Ivan; Miruca
(Rato), Ramos, Nino e Lala.Técnico Davi Ferreira o famoso Duque.
O Sport
jogou com Miltão, Valdeci, Bibiu, Gilson Costa e Altair (Zequinha); Walter e
Soares; Dema, Acelino, Zezinho e Garcia (César). Técnico Astrogildo Ney.
O árbitro, Erilson
Gouveia, um sargento da Aeronáutica.
1º tempo 0x0,
2ºtempo 0x0, 1º tempo da prorrogação 0x0. No intervalo da prorrogação o árbitro
por contusão, foi substituídopelo bandeirinha nº 1 Armindo Tavares.
No início
da prorrogação Duque colocou pelo entrosamento, o ataque que o Náutico cumpriu
na Venezuela,Rato, Ramos e Ede.Aos 2 minutos do 2º tempo da prorrogação o lateral
Valdeci do Sport perdeu uma bola pela esquerda para o ponta Edeque cruzou na
medida para Ramos que chutou no canto esquerdo do Miltão fazendo 1x0.
Era o Hexa conquistado.
O resto é história.
Eu vi, eu estava lá!
Esta
crônica é dedicada ao grande alvirrubro, um dos maiores e melhores Diretores do
Náutico, o bom-conselhense, filho da Japicanga, Cauby Urquisa, ao ex-Diretor Jurídico, Presidente da Rádio Papacaça, o Hélio Urquisa, e ao
grande alvirrubro, o meu filho Alexandre Dimas, Executivo do Banco Central em
Brasília e a todos os alvirrubros pelos 50 anos do Hexa.
Um detalhe
a considerar, na madrugada do dia 22 (segunda) chegou ao Colégio São João a
turma do Carlos Wilson e a estátua do Leão que ficava na Praça em frente à Ilha
do Retiro, foi pintada de alvirrubro. Essa estátua do Leão encontra-se hoje na Sede
do Sport.