sexta-feira, 27 de julho de 2018

Náutico: Hexa é luxo, 50 anos! Eu estava lá!


COLUNA TRIBUNA LIVRE


Por: 
José Roberto Pereira

Após ter feito o 1º Científico no Colégio Pio XIIem Palmeira dos Índios-AL no ano de 1967, fui transferido para o Recife e morando no Colégio São João na Rua Benfica, prédio que no início do Século XX era um hotel onde se hospedava Dantas Barreto.Iniciamos o ano letivo de 68 e na nossa classe do 2º científico estudavam Carlos Wilson,seu irmão Wilson Campos Jr., Marcantônio Dourado, Severino Farias, dentre outros.No ano anterior o Náutico foi vice-campeão Nacional, perdendo para o Palmeiras,com gol feito em completo impedimento pelo ex-alvirrubro Reinaldo.O juiz deste jogo foi o Armando Marques.Voltando a 68,Náutico ganhou o 1º e 2º turnos, ficando o Sport campeão do 3º turno, levando a decisão do campeonato para uma melhor de três.

Primeiro jogo nos Aflitos com a vitória do Náutico por 1x0 gol de Ramos de pênalti.

Segundo jogo na Ilha com vitória do Sport por 3x2, marcando para o Sport Zezinho, Acelino e Valter, e para o Náutico Nino e Ivan.

O terceiro jogo seria nos Aflitos. Era um domingo, dia 21/07/1968. Domingo de sol e de agitação no Recife.Só se falava na grande final.Muita gente comprou ingresso e não conseguiu entrar.O jogo foi transmitido ao vivo pela TV Jornal.

Eu tinha marcado com o rubro-negro Marcantônio Dourado para irmos juntos ao jogo. Marcantônio morava num apartamento que ficava ao lado da ponte que liga a Praça do Internacional ao Derby.Passei no apartamento do Marcantônio às 11 horas, conforme o combinado.Encontrando-o fechado, fui andando até os Aflitos. Arataca do interior,peguei a primeira fila e quando entrei nos Aflitos fui parar na torcida do Sport. Talvez tenha sido o único alvirrubro a presenciar o jogo do Hexa na torcida contrária.Foi uma das piores sensações,calado e sem poder torcer.

O Náutico estava invicto nos Aflitos a 74 jogos (perdera pela última vez para o Santa em 29/12/1963 por 3x0).Os Aflitos com capacidade para 16 mil recebeu um público de 23.320 pessoas.


O Náutico jogou com Valter, Gena, Fernando Matias, Ivan Limeira e Toinho; Jardel (Ede) e Ivan; Miruca (Rato), Ramos, Nino e Lala.Técnico Davi Ferreira o famoso Duque.

O Sport jogou com Miltão, Valdeci, Bibiu, Gilson Costa e Altair (Zequinha); Walter e Soares; Dema, Acelino, Zezinho e Garcia (César). Técnico Astrogildo Ney.

O árbitro, Erilson Gouveia, um sargento da Aeronáutica.

1º tempo 0x0, 2ºtempo 0x0, 1º tempo da prorrogação 0x0. No intervalo da prorrogação o árbitro por contusão, foi substituídopelo bandeirinha nº 1 Armindo Tavares.

No início da prorrogação Duque colocou pelo entrosamento, o ataque que o Náutico cumpriu na Venezuela,Rato, Ramos e Ede.Aos 2 minutos do 2º tempo da prorrogação o lateral Valdeci do Sport perdeu uma bola pela esquerda para o ponta Edeque cruzou na medida para Ramos que chutou no canto esquerdo do Miltão fazendo 1x0.

Era o Hexa conquistado.
O resto é história.
Eu vi, eu estava lá!

Esta crônica é dedicada ao grande alvirrubro, um dos maiores e melhores Diretores do Náutico, o bom-conselhense, filho da Japicanga, Cauby Urquisa, ao ex-Diretor Jurídico, Presidente da Rádio Papacaça, o Hélio Urquisa, e ao grande alvirrubro, o meu filho Alexandre Dimas, Executivo do Banco Central em Brasília e a todos os alvirrubros pelos 50 anos do Hexa.

Um detalhe a considerar, na madrugada do dia 22 (segunda) chegou ao Colégio São João a turma do Carlos Wilson e a estátua do Leão que ficava na Praça em frente à Ilha do Retiro, foi pintada de alvirrubro. Essa estátua do Leão encontra-se hoje na Sede do Sport.

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