quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Ministério da Saúde teme que caso de médica cubana abra precedentes

Há o temor de que uma onda de cubanos também desertem do programa Mais Médicos, o que prejudicaria a principal vitrine eleitoral do PT neste ano.

Julia Chaib - Correio Braziliense
Adriana Caitano - Correio Braziliense



Após passar a noite de terça-feira na liderança do DEM, na Câmara dos Deputados, Ramona Matos Rodríguez, a profissional cubana que atuava pelo Mais Médicos no Pará e fugiu no último fim de semana, conseguiu autorização temporária para transitar livremente no país. Sua permanência no Brasil é garantida até que o Conselho Nacional para os Refugiados (Conare) decida se lhe concede refúgio permanente. Enquanto isso, o Ministério da Saúde iniciou processo de desligamento da médica do programa, que será substituída. Nos bastidores da pasta, há o temor de que o caso de Ramona abra precedentes e provoque uma onda de cubanos desertores no Mais Médicos, o que prejudicaria a principal vitrine eleitoral do PT neste ano. Oficialmente, o órgão nega e diz que os índices de desistência do programa são baixos.

O pedido de refúgio foi apresentado pelo DEM ao Conare no fim da tarde de ontem. Com o documento protocolado, a médica adquire o direito garantido de circular pelo território brasileiro até que seu caso seja julgado. “Me sinto feliz, livre e agradeço a quem me apoiou”, disse Ramona, que também pediu um visto americano para o caso de não conseguir ficar no Brasil. De acordo com o presidente do órgão ligado ao Ministério da Justiça, Paulo Abrão, há outros cinco processos de cubanos que pediram refúgio ao Brasil em análise, 71 já foram concedidos. Ao todo, estão na fila, à frente da requisição de Ramona, cerca de 1,5 mil pedidos de estrangeiros que serão julgados nas próximas duas reuniões do colegiado, uma em 24 de fevereiro e outra em março. “Mas não há prazo para que o dela seja avaliado”, afirma Abrão.

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