Roberto Kalil |
De
acordo com a Organização Mundial da Saúde, a doença cardiovascular é a
principal causa de óbito no mundo, com 17 milhões de mortes anualmente.
Estima-se que 80% dessas mortes sejam causadas por infarto ou acidente vascular
cerebral.
“Apesar
de toda tecnologia e dos avanços científicos conquistados nas últimas décadas,
a mortalidade por doenças cardiovasculares ainda é muito elevada. A prevenção é
uma grande arma para mudar esse cenário.”, disse ao site de VEJA o médico
Roberto Kalil, diretor da divisão de cardiologia clínica do InCor e do Centro
de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Kalil
é responsável pela curadoria do novo livro Medicina Cardiovascular –
Reduzindo o Impacto das Doenças, da Editora Atheneu. A obra, que será lançada
na próxima sexta-feira durante o Congresso da Sociedade de Cardiologia do
Estado de São Paulo, foi editada em conjunto com o especialista
espanhol Valentin Fuster, médico-chefe do Hospital Mount Sinai, em Nova York. A
publicação, com 104 capítulos, aborda o progresso dos métodos de diagnóstico, a
evolução dos tratamentos, além da importância da prevenção. A seguir, a
entrevista de Kalil.
Como reduzir o impacto das
doenças cardiovasculares?
Apesar
de toda tecnologia e dos avanços científicos conquistados nas últimas décadas,
a mortalidade por doenças cardiovasculares ainda é muito elevada. A prevenção é
uma grande arma para mudar esse cenário.
Os
cardiologistas orientam os pacientes sobre a importância da prevenção? Os
médicos explicam e orientam. O problema é que a população precisa se
conscientizar. É preciso ter hábitos de vida mais saudáveis. O colesterol
alto, o diabetes, a hipertensão, o tabagismo, o sedentarismo e a obesidade são
grandes responsáveis pela doença, além do fator hereditário.
Há resistência para se
cuidar?
Percebo
que os jovens não estão muito preocupados com a saúde do coração. Tratar
hipertensão neles é um problema. A baixa aderência é comum porque eles se
sentem bem e não entendem porque deveriam tomar um remédio, por exemplo.
Como o senhor vê as doenças
cardiovasculares no futuro?
Infelizmente,
vejo o índice de mortalidade aumentando. Essa é uma doença de país
desenvolvido. As pessoas trabalham muito e têm um estilo de vida errático. Há
um alto nível de stress e falta tempo para a prática de atividade física. Por
outro lado, vejo também um grande avanço no campo tecnológico com terapêuticas
inovadoras e técnicas cirúrgicas menos invasivas.
Fonte:
Veja.com
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