Por:
Alexandre Tenório
Basto Peroba e o maestro Zé
Puluca foram os maiores músicos de nossa cidade, em todos os tempos. Embora
Basto não tivesse o grau de leitura por partitura que o maestro tinha, ele foi
no seu instrumento a ”SANFONA”, um dos maiores do Brasil.
Infelizmente Basto não tinha
tino empresarial para utilizar o seu conhecimento para expandir o seu nome e
com isto ganhar notoriedade e dinheiro, sem este tino ficou restrito a nossa
região.
Porém entre Alagoas e
Pernambuco, seu nome era reverenciado por todos aqueles que gostavam da música
nordestina.
Como as suas tocadas eram
apenas no período das festas juninas, ele precisava sobreviver. Basto tinha um
bar na Rua Vidal de Negreiros muito frequentado e que tinha várias sinucas,
servia caldinhos de diversos sabores, tendo no de peixe e sururu os seus
melhores. Basto foi um fumador inveterado por toda vida, e talvez tenha sido
isto a causa de sua breve passagem por aqui, pois, ele tinha apenas 76 anos
quando nos deixou.
Com a morte de Basto o numero
de sanfoneiros em nossa cidade chega à quantidade mais crítica de todos os
tempos, pois, perdemos em dois anos: BASTO PEROBA, TONHO BUZUGA, EVERALDO e MANÉ
CAJU. Fica aqui o meu apelo ao nosso amigo Carlos Alberto presidente da
associação dos músicos amadores de Bom conselho, que faça uma escolinha com os
sanfoneiros restantes e que ele ensinem a uma nova geração.
Uma das maiores
interpretações da música “GRANADA” era a de Basto. Todos os que tiveram a
alegria de ouvir, jamais esqueceram esta grande interpretação. Basto era fã de
outro Moraes, o grande Dominguinhos, por ironia do destino, tanto Basto Peroba
como Dominguinhos tinham no nome Moraes. Sem sombra de dúvida, Basto tinha em
mestre Dominguinhos seu ídolo, e em suas apresentações não deixava de tocar as
músicas do seu ídolo. Uma das melhores interpretações da música “PULADINHO” de
Dominguinhos era Basto que fazia. Embora fosse um dos melhores sanfoneiros do
Brasil, Basto não tinha o dom de fazer música, ele apenas era um interprete -
isto talvez tenha feito com que ele não fosse celebrado em todo Brasil. O nome
de Basto será lembrado por muitas gerações de bom-conselhenses, a nossa cidade
fica mais triste com sua partida.