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Equipe da TV Pajuçara fez registro do objeto que cortou o céu (Crédito: Reprodução vídeo) |
Um barulho estrondoso seguido de um clarão foi relatado por
várias pessoas em diferentes partes dos estados de Alagoas e Pernambuco no fim
da tarde da terça-feira (3). Em poucas horas, vários testemunhos se
multiplicaram nas redes sociais, com relatos nos municípios alagoanos de Chã
Preta, Craíbas, Quebrangulo, Igaci, Arapiraca e na capital, Maceió. Nos municípios
de Pernambuco, houve relatos nas cidades de Garanhuns, Palmeirina, Lagoa do Ouro,
Saloá, Iati, Brejão, Terezinha, Bom Conselho, entre outras.
Sem muitas imagens, o episódio depende muito mais da
história oral, contada pelas testemunhas, mas a equipe da TV Pajuçara conseguiu
um registro rápido, captado durante a gravação do treino do CRB, na Via
Expressa, em Maceió.
Nas imagens gravadas pelo cinegrafista José Pereira, do Jornal
da Pajuçara Noite, é possível ver uma espécie de "risco no céu, passando
em alta velocidade.
Pereira conta que diante da velocidade com que o objetivo
rasgou o céu, não foi possível captar a melhor imagem. "Era algo como
fogo, amarelo, parecia uma estrela cadente, só que muito mais forte. Mas foi
tão rápido que quando posicionei a câmera já havia passado e consegui registrar
apenas o rastro deixado no céu".
Confira o vídeo no link abaixo (edição: Rafael Alves).
Após publicarmos a reportagem, várias pessoas compartilharam
no Facebook relatando que teria visto o objeto.
O site alagoano: tnh1.ne10.uol.com.br
Versão oficial
O site alagoano: tnh1.ne10.uol.com.br
ouviu a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos
Hídricos (Semarh), a Infraero e o Observatório Astronômico do CEPA.
De acordo com o metereologista da Semarh, Vinícius Pinho, é
provável que o objeto avistado tanto na capital quanto no interior seja um
meteorito, que ao entrar em contato com o planeta, ganhou velocidade e
explodiu, se dividindo em vários pedaços. "O barulho ouvido foi por conta
da explosão sônica, causada pela atração exercida por nossa atmosfera",
explicou.
Ainda de acordo com Vinícius, os meteoritos costumam entrar
em combustão e por isso o clarão pôde ser visto mesmo durante o dia. "Ele
provavelmente se desintegrou no trajeto até nossa crosta",
acrescentou.
Meteorito:
O coordenador do Observatório Astronômico Genival de Lima,
Adriano Aubert, que fica no Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas de Maceió,
o CEPA, apresentou duas hipóteses para o fenômeno.
A primeira é de que um meteorito entrou na atmosfera da
terra em uma velocidade entre 30 mil e 40 mil quilômetros por hora, que é de 15
a 20 vezes mais rápido que o som. A outra seria lixo espacial, resto de
satélites, foguetes e de estações espaciais. Segundo ele, o fenômeno é bem
rápido e difícil de ser registrado. Sobre o estrondo que pode ter sido ouvido
na região Agreste, o coordenador diz que isso só acontece quando corpos
celestes atingem a parte mais baixa da atmosfera, com altitudes entre 16 km e
20 km.
“Quando esses corpos entram em contato com a atmosfera eles
entram em atrito com o ar, o que diminui a velocidade e gera calor, e em alguns
poucos casos, apenas quando não se desintegram nessa queda, podem fazer
ruídos”, concluiu Aubert.
Infraero
No interior, o estrondo produzido pelo objeto que atravessou
os céus assustou a muitos que chegaram a relatar que se tratava da queda de uma
aeronave, o que foi desmentido pela Infraero. "Se alguma ocorrência
envolvendo aeronaves no espaço aéreo alagoano tivesse ocorrido, seríamos os
primeiros a saber", garantiu o sargento Oliveira, do Destacamento de
Controle do Espaço Aéreo de Alagoas (DTCEA).