Laudo da Vigilância
Sanitária emitido hoje (22), sobre a contaminação de uma das linhas de produção
de suco Ades na fábrica Unilever em Pouso Alegre(MG).
De acordo com o órgão, foram envasadas 96 unidades
somente com hidróxido de sódio a 2,5% e água, e não o suco de soja. A
substância é utilizada para limpeza da linha de produção.
A falha foi
detectada no processo de envase do Alimento de Soja sabor Maçã – marca AdeS –
Lote AGB 25 envasado no equipamento TBA3G no dia 25 de fevereiro de 2013
com validade até 22 de dezembro de 2013. O estoque do tanque que alimentava a
linha de envase estava reduzido, o que caracterizaria final de processo e que a
linha estaria pronta para o processo automático de limpeza. No entanto, o
equipamento foi acionado novamente para o processo de envase. Dessa forma,
houve o envase da substância no lugar do suco.
A empresa não
percebeu o desvio e o produto, embalagem de 1,5 litros do suco de
maçã da Ades, foi distribuído ao mercado. Segundo assessoria de imprensa da
Unilever, houve falha humana e dos equipamentos da linha de produção. A máquina
acionou o sistema de limpeza com o estoque reduzido, e um funcionário teria
iniciado o sistema para envase novamente.
Técnicos da Unilever se reuniram em audiência nesta terça
(19), em Brasília, com a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da
Justiça (Senacon) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e já
haviam admitido falhas operacionais e humana.
Segundo
assessoria de imprensa da Anvisa, o laudo da Vigilância Sanitária Estadual
ainda será analisado pelos técnicos da instituição, para que sejam definidas as
penalidades. A assessoria disse ainda que, em relação aos consumidores, corre
um processo pela Secretaria Nacional do Consumidor. A multa da secretaria pode
chegar a R$ 6,2 milhões. A empresa também pode ser multada pela Anvisa em até R$ 1,5 milhão.
A Vigilância Sanitária
determinou ainda que a linha de produção ficará paralisada até que seja
comprovado o cumprimento das seguintes determinações:
- Revisão
completa de todos os equipamentos, sensores, software do processo AdeS;
- Alteração do Plano Amostral – aumento do número de amostras coletadas durante
o processo de envase;
- Alteração do Período de Retenção dos produtos acabados antes da liberação ao
mercado;
- Revisão e implementação de procedimento de liberação da produção após o
sistema de higienização – CIP – realizado pelos operadores, coordenadores com
registro formalizado e assinado;
- Introdução de dossiê diário de liberação de qualidade – liberação formal com
assinatura dos gerentes.
Recall
do suco de maçã Ades
Na segunda-feira (18), dois funcionários da Vigilância Sanitária Estadual e
Municipal estiveram na fábrica da empresa Unilever, em Pouso Alegre (MG),
para fiscalizar uma linha de produção de sucos com soja da Ades. As informações
apuradas pelos profissionais da vigilância sanitária serviram de base para
elaboração do laudo da contaminação e possíveis penalidades à empresa.
Uma resolução da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada no "Diário
Oficial da União" desta segunda-feira suspendeu a fabricação,
distribuição, venda e consumo de todos os lotes dos produtos com soja da marca
Ades, de diferentes sabores, versões e tamanhos de uma das linhas de produção
da cidade.
Na quinta-feira (14), a Unilever anunciou recall em um
lote do suco de maçã Ades de 1,5
litro por risco de queimadura. Segundo a fabricante, a
contaminação com solução de limpeza foi detectada no lote com as iniciais AGB 25,
fabricado em 25 de fevereiro, com "cerca de 96 unidades do produto AdeS
Maçã 1,5 l".
"Nestas
unidades, foi identificada uma alteração no seu conteúdo decorrente de uma
falha no processo de higienização, que resultou no envase de embalagens com
solução de limpeza da máquina. O consumo do produto nessas condições pode
causar queimadura", afirmou a Unilever, em comunicado.
Por meio de nota oficial divulgada na segunda-feira, a
Unilever afirmou que o problema limitava-se às 96 unidades de Ades sabor maçã,
embalagem com 1,5 litros
produzidas em Pouso
Alegre, e que desde o dia 13/03/13 nenhum produto fabricado
na linha onde foi detectado o problema foi distribuído ao mercado. A linha de
produção ficou inativa para apuração do caso. Os produtos do lote de maçã com
problema foram distribuídos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
Ainda segundo a
empresa, a causa do problema foi identificada e todas as medidas para correção
foram tomadas pela Unilever. A empresa cumpriu todas as determinações da Anvisa
publicadas na segunda-feira, incluindo a retirada do mercado de todas as
unidades produzidas na linha onde foi detectada a contaminação.
A Unilever afirmou ainda que
os demais produtos Ades não correspondentes aos lotes com as iniciais
"AG" permanecerão no mercado e se encontram em perfeitas condições
para consumo, e que a empresa está colaborando com a Anvisa com todas as
informações necessárias para a solução do problema.
Fonte: G1