Natural de Delmiro Gouveia, Frei Hélio
Barbosa pertencente a uma tradicional família delmirense, seu pai foi político
e chegou a ser prefeito. Frei Hélio é daquelas figuras que quando se conhece é
difícil esquecer. Muitas vezes fico pensando se todos os religiosos fossem como
ele, como o nosso mundo estaria melhor. Por onde tem passado tem deixado
saudades, deixado muitas amizades, deixado às igrejas cheias de fieis, e acima
de tudo deixado uma lição a ser seguida - que devemos ser humildes – pois, como
Jesus disse, no sermão das montanhas “os humildes herdarão a terra”.
No ano de 1983 nossa paroquia passaria
a ser comandado, pelos os frades capuchinhos, depois que Padre Carício foi ser
bispo. Chega a nossa cidade Frei Hélio juntamente com Frei Miguel. Em poucos
tempos a comunidade católica de nossa cidade sentiu a grande diferença entre
Padre Carício (altamente autoritário) com Frei Hélio (altamente sociável). Os
jovens começaram a frequentar em massa as missas, e foram formados dois grupos
jovens. O telhado da igreja matriz estava precisando de reparo urgente e Frei
Hélio convocou o povo católico para a empreitada e todos ajudaram, e com isto
foi trocada toda madeira e substituída as telhas canal (feita na olaria de meu
bisavô Chico Correntão) por telha brasilit. A casa de caridade estava em
petição de miséria, então ele fez um grande movimento e conseguiu fazer uma boa
restauração, ou seja, em apenas 3 anos Frei Hélio deixou um grande legado.
Frei Hélio é um dos grandes oradores dos frades
capuchinhos em todo nordeste, com o seu vozeirão, prende atenção dos fieis. Não
se enganem com sua sociabilidade, pois é muito rígido quando a disciplina é
quebrada. Vi muitas vezes ele colocar casais que namoravam nas janelas da
igreja para correr.
Com três anos em nossa paroquia frei
Hélio foi transferido para Caruaru, e mais de 100 carros o acompanhou até a
cidade de Caruaru, foi uma despedida apoteótica, como nunca tínhamos visto.
Quando foi para o convento de Natal-RN
recebeu das mãos do prefeito o titulo de cidadão NATALENSE. Quando teve de sair
do convento da Penha em Recife para Maceió. Houve uma verdadeira revolta dos
paroquianos, que não queriam o deixar partir, chegaram a pichar as paredes da
igreja. Portanto por onde passou deixou saudade.
Frei Hélio celebrava o casamento e
depois ia para a festa dos noivos, e lá bebia, comia (em uma panela) e dançava.
Isto cativava as pessoas, o mesmo era feito com os batizados.
Todos os bons bailes que nossa cidade
teve no período em que ele estava na paroquia ele se fazia presente. Embora
fosse forte, era um pé de valsa, e todas as coroas queriam dançar com ele. No
carnaval brincava alegremente. Eu sempre ia para a casa paroquial conversar com
ele, e ali nós bebíamos bons copos de vinho CANÔNICO, uma delícia. Para coroar
a nossa amizade ele foi convidado para ser padrinho do meu primeiro filho, como
também foi ele que celebrou o meu casamento. Frei Hélio tem uma grande história
em nossa cidade, embora só tenha passado 3 anos em nossa comunidade. Posso
dizer sem medo de errar que depois de Padre Alfredo Dâmaso ele é o pároco que
deixou mais saudades na comunidade católica.