A partir do dia 20 de março, a conta de água
dos pernambucanos será reajustada. Ontem, a Agência de Regulação de Pernambuco
(Arpe) realizou uma audiência pública para explicar a metodologia utilizada
para o cálculo da revisão tarifária e anunciou um incremento médio de 8,75% nas
faturas. Agora, a agência tem até o dia 18 de fevereiro para homologar o
reajuste, que passa a valer a partir do dia 20 de março.
O
percentual apresentado é maior do que a inflação oficial que ficou em 5,91% nos
últimos 12 meses, segundo o IPCA, calculado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). A Companhia Pernambucana de Saneamento
(Compesa) queria mais. O pedido feito à Arpe foi de um repasse de 15% aos
consumidores.
“Na
análise de consistência dos números de receita e despesa enviados pela
companhia nós identificamos valores em duplicidade ou lançados em contas
inadequadas. Além disso, os critérios de projeção utilizados não foram
considerados razoáveis pela agência”, explicou o diretor de Regulação Econômica
e Financeira, Hélio Lopes.
De
acordo com Lopes, o item que mais pesou neste aumento foi o grande volume de
investimentos que a companhia realizou no período. Pelos dados apresentados, na
revisão tarifária de 2009, última realizada, a Compesa fez um investimento de
R$ 1,2 bilhão. Desta vez, o valor apresentado foi de R$ 2,6 bilhões.
“A
partir deste ano também começaremos a cobrar metas para melhoria do serviço e
redução de custos. Em 2014, a Compesa terá que reduzir em 2% as perdas de água
e despesas de exploração. Se não conseguir, irá operar com aperto de caixa”,
ressaltou Lopes. As metas regulatórias estabelecidas pela Arpe seguem até o
final de 2017, quando haverá uma nova revisão tarifária.
Segundo
o diretor comercial da Compesa, Franklin Azoubel, o índice aplicado irá impor
sacrifícios à empresa. “Passamos pela maior seca dos últimos 50 anos. Houve o
colapso em mais de 50 municípios, o que reduziu nosso faturamento em R$ 40
milhões. Agora reduziremos os custos mas não será suficiente”, disse.