As
negociações que resultaram na reaproximação de Estados Unidos e Cuba tiveram
uma contribuição valiosa do papa Francisco. Em seus discursos simultâneos nesta
quarta-feira, o presidente Barack Obama e o ditador Raúl Castro fizeram questão
de agradecer ao pontífice por sua intermediação.
“Em
particular, eu quero agradecer a sua santidade o papa Francisco, cujo exemplo
moral nos mostra a importância de buscar um mundo como ele deveria ser, em vez
de simplesmente se conformar com o mundo como ele é”, disse Obama em seu
pronunciamento.
As
conversas, que se prolongaram por dezoito meses, tiveram um momento crucial em
meados deste ano, quando o papa enviou cartas a Obama e Castro fazendo um
chamado para que os dois lados “resolvessem questões humanitárias de interesse
comum, incluindo a situação de alguns prisioneiros, para dar início a uma nova
fase nas relações”. O Vaticano também recebeu delegações dos dois países para
um encontro mediado pelo cardeal Pietro Paroli, secretário de Estado.
De
acordo com o The New York Times, o papel do papa nas negociações ajudou a
"polir" a imagem do Vaticano como um "corretor" na
diplomacia global. O jornal afirmou ainda que ação reforça a imagem de liderança
de Francisco.
O
restabelecimento de relações normais entre os dois países tem sido uma causa
observada por vários papas, mas o tema ganhou mais importância depois que a
Igreja Católica passou a ser liderada pela primeira vez por um papa de origem latino-americana.
O
tema integrou a agenda da visita de Obama ao Vaticano em março deste ano,
informou o jornal britânico The Guardian, lembrando que o secretário de
Estado americano John Kerry encontrou seu homólogo no Vaticano no início desta
semana. A narrativa oficial do Vaticano sobre o conteúdo das conversas, no
entanto, foi de que elas ficaram concentradas nos esforços para fechar a prisão
de Guantánamo, em Cuba.
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