O candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB),
e a candidata a vice, Marina Silva, fizeram campanha ontem (31) em Porto Alegre
(RS). Campos participou de um painel com presidenciáveis promovido pela
Federação das Associações e Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs).
Campos disse que há uma omissão do governo federal na
negociação de conflitos entre indígenas e produtores rurais em diversos
estados. “Dizem por aí que nós somos contra os agricultores. No entanto,
sabemos que aqui no Rio Grande do Sul, como em Mato Grosso do Sul e em outros
estados, as populações indígenas e os produtores rurais chegaram a acordos
sobre as fronteiras das terras de um e de outro que só não foram efetivados
porque o governo federal foi omisso, se ausentou do papel de promover o diálogo
para evitar o enfrentamento entre as partes, não quis dispor de alguns milhões,
não bilhões como fez na ajuda que deu ao setor elétrico, para selar a paz no
campo. Infelizmente, em razão dessa omissão, já presenciamos mortes em Mato
Grosso do Sul e aqui no Rio Grande”, disse.
Em entrevista à imprensa, o candidato também disse, que se
eleito, irá aumentar em 2% o Fundo de Participação dos Municípios para permitir
que as prefeituras possam fazer os investimentos previstos em lei. “Essa é uma
causa que unifica os prefeitos do Brasil. As prefeituras, só no governo Dilma,
saíram de 14% na participação do conjunto das receitas públicas para 11%.
Estamos falando de recompor uma participação que os municípios tinham no bolo
tributário brasileiro”.
Além disso, ele destacou a necessidade de se modificar o
indexador da dívida dos estados – uma negociação que permanece travada no
Congresso Nacional desde o ano passado. De acordo com Campos, o atual nível de
endividamento dos estados impede que eles façam investimentos, e o Rio Grande
do Sul é o maior exemplo disso. Para resolver o problema, o candidato propõe
que “a União precisa fazer um debate federativo, sem quebrar a Lei de
Responsabilidade Fiscal”. “Por que teve medida provisória para resolver a
dívida da prefeitura de São Paulo e não teve do Rio Grande do Sul? Uma coisa
vale para São Paulo capital e outra vale para o Rio Grande do Sul? Dois pesos,
duas medidas? É assim que se governa?”, questionou.
Campos prometeu ainda que, caso seja eleito, irá colaborar
para que os estados paguem o piso nacional aos professores. Segundo ele, a
valorização dos docentes é condição para a melhoria da educação e um tema que
não tem recebido atenção do governo federal.
Eduardo Campos e Marina também fizeram passeata pela Rua da
Praia, na capital gaúcha, e inauguraram o comitê central de campanha no estado.
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