Às
5h de hoje (20), as ruas de Juazeiro do Norte (CE) já estavam lotadas de
peregrinos de diversas partes do Brasil. Dona Maria das Graças da Conceição,
aposentada, veio de Alagoas e viajou 12 horas de ônibus para pagar uma promessa
pela cura do câncer. “Fui desenganada pelos médicos. Chegaram a falar para a
minha família que eu estava morrendo. Mas me peguei com Padre Cícero e hoje
estou curada, graças a Deus.”
A
cerimônia que lembrou os 80 anos da morte de Padre Cícero começou às 6h. A
missa foi transmitida ao vivo por cinco redes de televisão católicas e várias
rádios. A Praça de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e os arredores nunca
estiveram tão cheios – ao todo, cerca de 300 mil fiéis, uma das maiores
romarias do país. Tudo em homenagem a alguém muito próximo desse povo, o
fundador de Juazeiro do Norte, carinhosamente chamado de Padim Ciço.
Quem
celebrou a missa foi o bispo do Crato, dom Fernando Panico. Durante a homilia,
o religioso destacou a importância de Padre Cícero na região. “Padre Cícero
revolucionou o sertão. Foi muito ligado às causas sociais, preocupado com o
povo sertanejo, com a pobreza, com a fome. Não aceitava essas coisas”, disse.
Cícero
Romão Batista foi ordenado padre, mas, posteriormente, condenado pelo Vaticano
por estar envolvido em milagres não comprovados e por provocar o fanatismo.
Perdeu o direito de exercer a função e chegou a ser excomungado. Virou prefeito
e conseguiu a independência de Juazeiro do Norte, que antes era apenas um
vilarejo do Crato. E conseguiu fazer mudanças importantes na cidade, no meio do
sertão miserável do começo do século 20.
Atualmente,
o Vaticano analisa um pedido de reabilitação de Cícero Romão Batista, que
significa reconhecê-lo como padre novamente. Em seguida, pode-se entrar com o
processo de beatificação e canonização do religioso.
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