Empresário vestido de Batman amarrou suspeito de furtar seu celular (Foto: Loucos Pela Paz/Divulgação) |
Um homem fantasiado de Batman perseguiu e ‘prendeu’ um rapaz
suspeito de furtar seu celular em uma padaria no Capão Redondo, na Zona Sul de
São Paulo, na noite desta quarta-feira (18). Conhecido na cidade por realizar
rapel vestido de super-heroi para protestar, o ‘Batman do Capão Redondo’ diz
que foi informado do furto pelo dono da padaria. “Ele viu pelas câmeras da sala
de monitoramento", afirma.
O ativista retornava de uma reunião na Coordenação Regional
da Saúde da Prefeitura. Desde maio ele protesta cobrando da gestão municipal
melhorias no atendimento médico da região em que reside. Parou no
estabelecimento para tomar um café. Após o aviso, pediu ao dono para ver as
imagens, e decidiu tentar encontrar o assaltante.
“Memorizei o cara de blusa cinza, boné azul e uma mochila
verde. Peguei a moto e fui atrás para ver se achava. Rodei durante 15 minutos
só nos pontos de tráfico para ver se achava. Não achei. Decidi ir em um outro,
que é um pouco mais afastado.”
Quando localizou o suspeito, revela que deu 'voz de prisão'
e manteve o rapaz amarrado durante quase duas horas à espera da polícia.
“Quem tem que fazer esse papel é a policia, mas a situação
ontem me obrigou. Eu chamei a polícia e demorou uma hora e meia para chegar.
Imagina eu ligando para a policia para falar que roubaram meu celular. Você
acha que eles iriam atrás?”, defende.
Microempresário na região onde mora há 39 anos, Batman, como
exige ser chamado, ele rechaça a definição de justiceiro, e alega que usou as
cordas do equipamento de rapel “apenas para manter o rapaz imobilizado”.
“Os populares queriam linchar ele. Teve um cara que queria
tocar fogo nele. Eu não deixei ninguém fazer nada. Justiceiro é quando judia,
mata. Eu só segurei o cara para ele não fugir, teria o mesmo efeito que uma
algema", compara.
Nas fotos feitas com a câmera fotográfica do próprio
empresário, e divulgadas no perfil da "Liga Loucos Pela Paz" no
Facebook, porém, o suspeito parece estar sendo machucado. Batman alega que o
rapaz queria fugir.
“Ele estava berrando, se debatendo. Ele ficou deitado no
chão durante uma e meia porque a policia não chegava." Segundo ele,
oficiais da Guarda Civil Metropolitana (GCM) que faziam ronda no local levaram
o rapaz para o 47° Distrito Policial, onde o boletim de ocorrência foi
registrado.
Não é a primeira vez que o empresário assume o papel de
policial. Há menos de 10 dias, ele diz que agiu ao perceber dois meninos
furtando o aparelho celular de uma senhora que caminhava pelo bairro. Desta
vez, sem fantasia. “Eu estava de moto, consegui segurar um e acionei a policia.
A viatura chegou em cinco minutos", recorda.
Dono de uma empresa de pinturas e reformas, ele resolveu se
fantasiar de super-heroi para que seus protestos tivessem maior apelo.
Planejava ser o Homem-Aranha, mas não encontrou roupa que lhe servisse. “Pelo
tamanho fui obrigado a chamar o Batman", explica.
Separado e pai de dois filhos, ele se define como um
“sobrevivente” do bairro. Acredita que com suas reivindicações tenha conseguido
melhorar as condições e o atendimento da Assistência Médica Ambulatorial (AMA)
do Capão Redondo. “Fui ao AMA com pneumonia no dia 26 de maio, e demorei oito
horas para ser atendido.” Batman revela que agora a espera dura cerca de 30
minutos, e 28 novos médicos começaram a trabalhar no ambulatório.
Fonte: G1.
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