DICA DE LEITURA: “MANOEL DE BARROS – Poesia Completa”
Por Fernando Chagas da Costa (*)
“Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada
estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu
conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô
abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim: O dia
está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O
cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.”
É assim que começa a obra “Manoel de Barros – Poesia
Completa”, publicada pela Editora Leya, do autor matogrossense Manoel Wenceslau
Leite de Barros, natural de Cuiabá, nascido em 1916.
Há um excelente documentário em vídeo, que pode ser
assistido pelo youtube, sobre Manoel de Barros, com o sugestivo título “Só dez
por cento é mentira” (http://www.youtube.com/watch?v=QZLC8wNVtfs),
que começa com a frase dele “Há várias maneiras sérias de não dizer nada, mas
só a poesia é verdadeira”. Foi através desse documentário, que assisti anos
atrás, através de um canal por assinatura, que conheci o poeta e fiquei
maravilhado com sua obra, seu jeito encantador de narrar poeticamente a
natureza.
Tão logo pude, adquiri a obra aqui sugerida essa
semana. E em seguida comprei também “O Fazedor de Amanhecer”, que tem um
vínculo mais infantil, com ilustrações do cartunista Ziraldo.
“Poesia completa” abrange sua produção de 1937 a 2010 (
a partir de “Poemas concebidos sem pecado” até “Menino do Mato”).
Boa Leitura.
(*) Fernando Chagas da Costa é funcionário do Banco do
Brasil há mais de 30 anos e professor universitário da área de exatas na
Faculdade de Alagoas/FAL, vinculada a Estácio de Sá.
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