A
chegada dos condenados do mensalão ao Complexo Penitenciário da Papuda há pouco
mais de um mês desencadeou focos de tensão no sistema prisional do Distrito
Federal que já se alastram por vários andares do Tribunal de Justiça do DF,
setores da Polícia Civil e da administração carcerária.
A
alegação contida na carta escrita por três juízes da Vara de Execuções Penais,
apontando a possibilidade de rebelião na prisão onde estão os mensaleiros, é
apenas a ponta visível de uma guerra silenciosa entre magistrados, agentes
penitenciários e policiais militares. Na dúvida, os advogados dos réus do
mensalão já se movimentam para transferir seus clientes antes do Natal.
Oficialmente,
os pedidos de remoção assinados pelos juízes substitutos da VEP Bruno Ribeiro, Ângelo
Oliveira e Mário José de Assis foram motivados por um clima de insegurança na
Papuda. No entanto, conforme informações obtidas pelo Correio Braziliense e Diario,
por trás da solicitação para deixar a vara está a relação conturbada dos três
magistrados com o titular, Ademar Silva de Vasconcelos.
Tudo
começou quando ele deixou de atuar na linha de frente do mensalão por ter
desagradado o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, ao se
recusar a cumprir algumas determinações e por ser considerado flexível em
relação às demandas dos condenados, que teriam apoio também dos agentes
carcerários. Uma delas foi ter permitido que eles recebessem visitas dos
parentes às sexta-feiras, e não às quartas e quintas, como é para os demais
detentos. Bruno Ribeiro suspendeu a regalia há duas semanas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário