DICA DE LEITURA: “QUADRINHOS E ARTE SEQUENCIAL”.Por Fernando Chagas da Costa (*).
Quando
nos referimos a HQ ou, como é mais popularmente conhecida, História em
Quadrinhos, certamente nos remontamos de imediato à nossa infância, pois foi
nessa fase da vida que a maioria de nós teve o primeiro contato com esse tipo
de literatura. E pouquíssimos, acho que uma quantidade infinitesimal, não se
apaixonou por ela.
O mundo
de Disney, a Turma da Mônica de Maurício de Souza, os Heróis da Marvel e tantos
outros formaram aquele mundo fantasioso ao longo dos anos. Os desenhos
animados vieram em seguida, na televisão, dando movimento aos personagens.
Não foi
na infância, entretanto, que conheci um mestre dessa arte. Foi tempo depois,
através de um programa na TV Cultura (produzido pela Scriptorium em associação
com a TV Senac). Ele chamava-se William Erwin Eisner ou simplesmente Will
Eisner, desenhista, roteirista, arte-finalista, editor, cartunista, empresário
e publicitário americano. Um verdadeiro ícone, precursor da HQ moderna. O
programa televisivo pode ser encontrado na internet no endereço
Will
Eisner foi um mestre nas HQ, criando estilos próprios e com uma qualidade de
primeira grandeza. Seu personagem principal, mais conhecido, é o Spirit, um
detetive mascarado, um herói diferente, pois não tem superpoderes, protetor dos
habitantes de Central City. Como aconteceu a tantos outros heróis de HQ, Spirit
também foi transformado em filme.
Will
Eisner morreu em 2005, aos 87 anos, deixando uma escola com muitos seguidores.
Tamanho foi sua importância nas Histórias em Quadrinhos, que ainda em vida, em 1998, a indústria dos
quadrinhos criou o Prêmio Will Eisner, que premia grandes artistas pelo
conjunto da obra.
Minha
dica de leitura de hoje é o livro “Quadrinhos e Arte Sequencial”, publicado
originalmente em 1985 por Eisner, e que é um verdadeiro manual para quem deseja
iniciar-se na arte ou dar-lhe um toque de qualidade a mais. No prefácio da
obra, Eisner expressa sua intenção com a mesma, ao registrar que “Este trabalho
tem o intuito de considerar a examinar a singular estética da Arte Sequencial
como um veículo de expressão criativa, uma disciplina distinta, uma forma
artística e literária com a disposição de figuras ou imagens e palavras para
narrar uma história ou dramatizar uma ideia”. Ele conseguiu concretizar
tudo isso.
São oito
riquíssimos capítulos de seletivos ensinamentos para quem o fez e aprendizagem
rara para quem os absorve. O livro foi baseado no curso que ele ministrou por
muitos anos na School of Visual Arts de Nova York e contém o acervo de suas
idéias, teorias e conselhos sobre a prática daquilo que ele sabia tão bem:
contar histórias em quadrinhos.
Boa
leitura
(*)
Fernando Chagas da Costa é funcionário do Banco do Brasil há mais de 30 anos e
professor universitário da área de exatas na Faculdade de Alagoas/FAL,
vinculada a Estácio de Sá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário