DICA DE
LEITURA: “O HOMEM QUE CALCULAVA ”
Por Fernando
Chagas da Costa (*)
Frequentemente, a cada semestre, durante a renovação de
minhas turmas de faculdade, sempre tenho um ou dois alunos que me perguntam a
solução para o seguinte problema (alguns narram ele com algumas variações, mas
a essência é mantida):
“Três pessoas foram a um restaurante e ao final do almoço a
conta lhes foi apresentada, registrando o valor de R$ 30,00. Cada uma das
pessoas entregou ao garçom R$ 10,00, totalizando os R$ 30,00.
Quando o garçom chegou ao caixa para entregar o pagamento
recebido, o gerente percebeu que havia um erro e que, na verdade, a conta fora
R$ 25,00, entregando 5 moedas de R$ 1,00 ao garçom, para que devolvesse aos
pagantes.
Quando o garçom devolveu se encaminhava à mesa, começou a
pensar como faria a divisão das 5 moedas entre 3 pessoas. Não chegando a uma
conclusão, teve uma ideia: Direi que a conta deu R$27,00 e devolverei uma moeda
de R$ 1,00 a
cada um deles, guardando para mim os R$ 2,00 restantes como gorjeta. E assim o fez.
Assim que os clientes foram embora, o garçom caiu num eterno
problema, que até então não soube como solucionar:
Se cada um deu R$ 10,00 e recebeu uma moeda de R$ 1,00 de
volta, na verdade pagou R$9,00. Como eram três pessoas, o total pago foi R$
27,00. Somando-se a isso os R$ 2,00 que ficaram com o garçom, totalizariam R$
29,00. Onde foi parar o R$ 1,00, comparando-se com os R$30,00 entregues
inicialmente?”
Embora sabedor da solução do problema, nunca a digo de
imediato aos alunos, porém, indico onde eles podem achá-la, para estimulá-los a
ler a obra inteira. Trata-se do livro “O
Homem que calculava”, escrito pelo professor Júlio Cesar de Melo e Sousa
(1895-1974), que ficou conhecido pelo pseudônimo Malba Tahan.
O livro é uma coleção de problemas e curiosidades
matemáticas, narradas em forma de uma aventura, em Bagdá, de um calculista
persa de nome Beremiz. Pelo seu talento extraordinário, Beremiz torna-se famoso
e muito requisitado, para solucionar inúmeros quebra-cabeças,a exemplo de: “A
divisão dos 35 camelos; A proporção da quantia devida pelo mercador de jóias; A
divisão de 21 jarros de vinho; A venda de 60 melões por preços diferentes; O cálculo dos grãos de trigo das casas do
tabuleiro de xadrez; A metade do tempo da prisão perpétua” e tantos outros.
O problema inicialmente mencionado em minha coluna está no
Capítulo VIII, quando Beremiz é questionado para explicar o desaparecimento de
1 dinar (moeda corrente à época).
E você, já sabe onde foi parar o R$ 1,00 ?
Boa Leitura.
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