O Diário de Pernambuco traz neste domingo como reportagem de capa "O dossiê de Dom Helder Câmara".
O arquivo mais polêmico da
ditadura militar (1964-1985) no estado foi aberto ao grande público e o Diario
de Pernambuco teve acesso com exclusividade. O prontuário do então
arcebispo de Olinda e Recife, dom Helder Camara (1909-1999), no Departamento de
Ordem Polícia e Social (Dops), revela uma busca permanente dos militares em
informações a respeito de um dos maiores ícones na defesa dos direitos humanos
da história do país. Dividido em dois volumes e com mais de 900 páginas, entre
recortes de jornais, revistas, documentos confidenciais e escutas telefônicas,
confirma a tentativa do regime em associar o religioso ao “comunismo” e taxá-lo
como “subversivo”.
Depois de mais de duas décadas de mistério, o acervo surpreende pelos documentos inéditos, como as escutas telefônicas instaladas no Palácio dos Manguinhos, nas Graças - hoje sede administrativa da Cúria Metropolitana. Numa delas, em plena repercussão da morte do padre Antônio Henrique, considerado “braço direito” do arcebispo, dom Helder já relata que o assassinato seria fruto de um crime político e já aponta, como foi confirmado recentemente pela Comissão da Verdade de Pernambuco, a participação de membros de organizações como o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) e do grupo de direita Tradição, Família e Propriedade Privada (TFP).
Depois de mais de duas décadas de mistério, o acervo surpreende pelos documentos inéditos, como as escutas telefônicas instaladas no Palácio dos Manguinhos, nas Graças - hoje sede administrativa da Cúria Metropolitana. Numa delas, em plena repercussão da morte do padre Antônio Henrique, considerado “braço direito” do arcebispo, dom Helder já relata que o assassinato seria fruto de um crime político e já aponta, como foi confirmado recentemente pela Comissão da Verdade de Pernambuco, a participação de membros de organizações como o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) e do grupo de direita Tradição, Família e Propriedade Privada (TFP).
O mito em torno deste arquivo
surgiu logo após a tentativa de a Igreja Católica em fazer uma homenagem, em
1999, ao 90º aniversário do religioso. Na época, uma exposição foi encomendada
ao Arquivo Público Estadual (Apeje) tendo como pano de fundo o prontuário. Dom
Helder teria pedido para cancelar o evento e teria justificado que gostaria de
deixar esse passado esquecido.
A reportagem do Diario deste domingo faz um relato da história do documento, apresenta polêmicas, como a relação do bispo com movimentos sociais, principalmente o rural e os estudantes, e até possíveis relações homossexuais de membros da Igreja.
A reportagem do Diario deste domingo faz um relato da história do documento, apresenta polêmicas, como a relação do bispo com movimentos sociais, principalmente o rural e os estudantes, e até possíveis relações homossexuais de membros da Igreja.
Fonte: Diário de Pernambuco.
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