Estaremos publicando uma série de reportagens onde pudemos
observar a triste realidade de produtores rurais e de toda uma cadeia econômica
que definha através do gosto amargo da seca no campo.
Seca. Para muitas pessoas essa palavra ecoa distante e sem
força. Para outras ela é sinônimo de perdas e desesperança de um futuro. Essa
palavra é o alerta para mobilizarmos toda a sociedade e os governantes.
Com a série de postagens, pretendemos mostrar a população a
real dimensão desse terrível problema. Uma realidade que muitos tentam esconder
em números frios de estatísticas e que a cada dia abala mais e mais a nossa
economia e a produção rural. A região vive um trágico momento e as visitas que realizamos
somente confirmaram o que já era esperado. Além do gado, que está morrendo de
fome e sede, observamos o desalento na face de nossos produtores. Observamos o
seu descrédito com o futuro. E essa é uma realidade que não podemos aceitar de
braços cruzados e dormir como se nada tivesse acontecendo.
Nesses locais, conversamos com diversos produtores e ouvimos,
os relatos sobre a seca considerada a pior dos últimos 50 anos.
Vimos e registramos os verdadeiros campos de extermínio do
gado. Cemitérios a céu aberto onde diversas carcaças de bois e vacas apodrecem
e aguardam as bicadas de velozes urubus. Uma imagem chocante e que mostra para
todos nós a fragilidade do homem do campo com a seca.
Em nosso município, o depoimento dos produtores e
autoridades é somente um: 40% do rebanho foi dizimado pela seca. Segundo os
cálculos dos entrevistados, os prejuízos só serão repostos em 10 anos e
com invernos chuvosos.
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