O plenário do Senado aprovou no
fim da noite de ontem (18) o projeto do Ato Médico, que regulamenta o exercício
da medicina e estabelece atividades que serão privativas dos médicos e as que
poderão ser executadas por outros profissionais de saúde.
Pelo parecer da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), aprovado
anteriormente na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, estabelece como
atividades exclusivas das pessoas formadas em medicina a formulação de
diagnósticos e prescrição terapêutica. Além disso, somente os médicos poderão
executar procedimentos como intubação traqueral, sedação profunda e anestesia
geral, indicação de internação e alta médica, atestação médica e de óbito –
exceto em casos de localidade em que não haja médico –, além de indicação e
realização de cirurgias.
O texto também estabelece os procedimentos que podem ser
compartilhados com outras profissões da área da saúde. É o caso de diagnósticos
funcional, cinésio-funcional, psicológico, nutricional e ambiental, e as
avaliações comportamentais e das capacidades mental, sensorial e cognitiva.
Os não médicos também poderão prestar atendimento a
pessoas sob risco de morte iminente, fazer exames citopatológicos e emitir seus
laudos, coletar material biológico para análises laboratoriais e fazer
procedimentos através de orifícios naturais, desde que não comprometa a
estrutura celular e tecidual.
A relatora negou que o projeto supervalorize os médicos,
tornando as demais profissões de saúde “subalternas”. “O projeto não apresenta
nenhuma evidência dessa argumentação, mesmo porque foi finalizado com a
participação de especialistas encaminhados por todos os conselhos federais,
discutindo-se palavra por palavra e vírgula por vírgula”, disse a relatora.
Contrário à aprovação da matéria, o senador Aloysio Nunes
Ferreira (PSDB-SP) argumentou que o texto é excessivamente minucioso e não
abarca questões próprias da modernidade como as ressalvas práticas terapêuticas
alternativas – caso da acupuntura e da homeopatia. “Eu penso que uma
regulamentação minuciosa como essa, que chega a exageros que podem gerar uma
certa curiosidade, desconhece o fato de que no mundo global nós recebemos
influência de outras tradições terapêuticas e científicas”, disse o senador
antes de se manifestar contrário à aprovação.
O projeto, entretanto, foi aprovado por votação simbólica
pela maioria dos senadores presentes. O texto aprovado acolheu alguns pontos
inseridos pela Câmara dos Deputados e rejeitou outros. A matéria segue agora
para sanção presidencial.
Crédito à Agência Brasil
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