A TRAGÉDIA DA HEMODIÁLISE DE CARUARU 20 ANOS DEPOIS. É O ASSUNTO EM DEBATE NO PONTO DE VISTA DESTE SÁBADO.
O programa vai ao ar às 18h50 pela TV Tribuna para todo o estado de Pernambuco
Há
exatos 20 anos, o Agreste de Pernambuco se tornou palco de uma das maiores
catástrofes da saúde pública do País. Mais de 100 pacientes renais crônicos que
eram submetidos ao tratamento de hemodiálise no Instituto de Doenças Renais -
IDR em Caruaru morreram vítimas da água contaminada que fazia a filtragem do
sangue dos doentes. A causa identificada como Microsystina LR (cianobactéria)
só foi descoberta 52 dias depois de 38 pessoas irem a óbito. Foram vários
estudos realizados na barragem Tabocas, de onde os caminhões pipa costumavam
extrair a água do manancial para a clínica, que ficava localizada no bairro
Maurício de Nassau. Esse caso mobilizou pesquisadores do mundo inteiro e
ocorreu em fevereiro de 1996 ficando conhecido mundialmente como a Tragédia da
Hemodiálise de Caruaru.
Os
médicos donos do IDR acusados pela Tragédia, responderam na justiça em 2003, o
processo cível. Eles foram absolvidos, porém obrigados à pagar indenizações no
valor de aproximadamente cem mil reais para os 126 pacientes contaminados ou
famílias das vítimas que estão com os nomes incluídos na lista da ação civil
pública movida pelo promotor da época em Caruaru, Ricardo Guerra Gabínio. No
entanto, menos de 10 pessoas foram beneficiadas nessas duas décadas. O juiz de
Caruaru Tadeu Passos justifica, que nenhum bem material foi encontrado no nome
dos proprietários da clínica. Os nefrologistas ainda aguardam na justiça o
julgamento do processo criminal, que ainda não tem data prevista para
acontecer.
Sobre
esse assunto, a jornalista Eliana Victório entrevista no programa Ponto de
Vista, deste sábado (27), a advogada Maria da Conceição de França Bezerra, que
representa algumas famílias de pacientes. Foi ela quem descobriu que os médicos
nefrologistas estavam recebendo um repasse de dinheiro do Sistema Único de
Saúde sem a clínica está em funcionamento. A jurista acionou a justiça e
conseguiu fazer o bloqueio do valor, e assim algumas famílias de vítimas foram
indenizadas. O outro convidado é o gerente geral da Agência Pernambucana de
Vigilância Sanitária Jaime Brito. Ele que é engenheiro sanitarista, chegou à
Apevisa dois anos depois da tragédia, e a primeira medida que tomou foi alterar
a legislação do tratamento de hemodiálise para o funcionamento das clínicas
públicas e privadas no Estado. Com essa medida Pernambuco se tornou referência
na qualidade do serviço prestado aos doentes renais em todo o Brasil.
O
programa Ponto de Vista é neste sábado, às 18h50 na TV Tribuna/Band, logo após
o Brasil Urgente.
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crédito
das fotos: TV TRIBUNA PE
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