Em
um ambiente desfavorável ao governo, a Câmara instala nesta quinta-feira a
Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar o esquema de corrupção
envolvendo a Petrobras. O PT vai ocupar a relatoria da CPI, que tem uma
composição relativamente equilibrada entre governistas e oposicionistas. Mas o
clima entre os deputados é tenso.
A
CPI será instalada em meio a uma base aliada desarticulada e na iminência dos
pedidos da Procuradoria-Geral da República de investigação ou mesmo denúncias
contra os parlamentares.
Dos
27 integrantes da CPI, doze apoiaram Dilma Rousseff (PT) nas eleições
presidenciais de 2014 e nove apoiaram o senador Aécio Neves (PSDB).
Mesmo
quem apoiou Dilma promete postura "independente" na CPI. "Apoiei
Dilma porque sou do Amazonas e o meu Estado foi contemplado com uma
movimentação de governo que prorrogou o polo industrial de Manaus por 50 anos e
a gente não rema contra a maré. Mas isso não quer dizer que sou
governista", diz o deputado Silas Câmara (PSD-AM), um dos integrantes da
CPI.
"O
ambiente político de disputa é natural da democracia, do parlamento e da CPI.
Há um ambiente para além da mera demarcação de posição política, (mas) há
também aspectos a serem investigados no âmbito da CPI", avalia o deputado
Afonso Florense (PT-BA), que também integra a comissão.
Para
agravar ainda mais a situação, o Palácio do Planalto vive sua maior crise com o
PMDB, segunda maior bancada da Câmara e ocupante da presidência da CPI, com o
deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Ao contrário do ano passado, quando foi
instalada uma comissão mista e o governo tinha apoio peemedebista no Senado,
esta CPI acontecerá apenas na Câmara, ambiente onde a base está esfacelada.
No
início da semana, no entanto, o PT fez acenos ao PMDB em busca de uma
reaproximação e recebeu em troca a relatoria da comissão, que será ocupada pelo
ex-ministro de Relações Institucionais do primeiro governo Dilma Rousseff, Luiz
Sérgio (PT-RJ).
(Com
Estadão Conteúdo)
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