Um
dos dez vereadores presos pela Operação Ponto Final, em Caruaru, Agreste de
Pernambuco, que não teve seu nome identificado, pediu à Justiça de Pernambuco o
benefício da delação premiada. O benefício poder conceder ao criminoso a
diminuição ou até extinção da pena. Nesta quarta-feira (18), dez parlamentares
do município foram afastados da Câmara e tiveram o pedido de prisão preventiva
expedido pela 4º Vara Criminal de Caruaru. O grupo é acusado pelos crimes de
concussão, corrupção passiva e organização criminosa.
Em
entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (19), o delegado responsável
pelo caso, Erick Lessa, destacou que um legislador prometeu colaborar com as
investigações. “Ele já fez o pedido à justiça, mas não podemos revelar seu
nome. A investigação deve durar mais dez dias, isso se não houver um pedido
para ampliar o prazo. Depois disso é que vamos enviar o inquérito com todos os
depoimentos. Na verdade, a princípio começou com os dez vereadores, mas todos
os outros estão sendo investigados para saber se participaram ou não. A gente
percebe, que dentre esses, os demais não tem envolvimento, mas todos serão
investigados”, revelou.
Dos
vereadores presos, quatro pertencem a situação, inclusive com cargos na Mesa
Diretora, e seis fazem parte da oposição ao prefeito José Queiroz (PDT). A
investigação estava em andamento há seis meses e começou por conta das
denúncias em relação de pedido de propina na Câmara para a aprovação do projeto
do Transporte Rápido por Ônibus (BRT). “O projeto entrou em pauta no 27 de
agosto e depois, no dia 29 de agosto, foi retirado de pauta por conta dessas
exigências e as investigações em trâmite apontou, por meio de medidas de
inteligência e de investigação, que estes indivíduos estavam cobrando valores
ou solicitando valores para aprovar o projeto”.
Mensalão não existiu
O
delegado ainda fez questão de negar a existência de um suposto esquema de
mensalão na cidade. Erick Bessa argumentou que o Poder Executivo não cedeu a
pressão dos legisladores para o pagamento de propina. Porém, ele fez questão de
frisar que alguns empresários da cidade também estão sendo investigados. “O
último momento do projeto foi no dia 17 de dezembro, que o projeto foi para a
votação. Em todo este período, esses vereadores solicitavam do executivo municipal
valores para aprovar o projeto”.
“Nenhum
pagamento foi efetuado pela Prefeitura de Caruaru, a prefeitura em nenhum
momento aceitou esse tipo de contexto. Inclusive a prefeitura nos deu apoio,
quando solicitados, no meio da investigação. Não é mensalão porque não havia o
pagamento efetivo do Poder Municipal. Na verdade, eles solicitavam ou exigiam.
O Executivo não aceitou este tipo de propina. Os empresários são fruto de outra
investigação que vamos verificar”, completou.
Os
parlamentares, mesmo estando em grupos distintos, ou seja, na oposição e
situação, atuavam em conjunto para obter a propina. O valor que eles
solicitaram foi aproximadamente R$ 2 milhões para dividir entre eles..
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