Na última terça-feira (23)
o ministro das Comunicações Paulo Bernardo
O ministro das
Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta terça-feira (23) que solicitou à Casa
Civil e à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República que
peçam urgência
constitucional para a votação da proposta de marco
civil da internet (PL2126/11) no
Congresso. Caso o pedido seja acatado e a mensagem de urgência seja de fato
encaminhada pelo governo, o prazo será de 45 dias para a votação em cada uma
das Casas legislativas.
O projeto já tramita em
regime de urgência
regimental, que não tranca a pauta do Plenário.
Mesmo sem o pedido de
urgência constitucional, o relator, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), estima
que a proposta deva ser votada pelo Plenário da Câmara até a segunda semana de
agosto. Ele avalia que a aprovação do marco civil possa ser uma resposta do Congresso
às recentes denúncias de monitoramento de e-mails e de telefonemas de empresas
e cidadãos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos.
Molon ressalta que hoje
não existe lei que impeça as empresas de telefonia de guardarem os dados de
navegação do usuário e eventualmente venderem esses dados. Segundo ele, com o
marco civil, isso passará a ser proibido. “Não é admissível que os mais de 80
milhões de brasileiros que usem a internet frequentemente fiquem desprotegidos,
sem uma lei que garanta sua segurança na rede, quando o projeto já está pronto
para a votação há mais de um ano”, afirmou.
Pontos
polêmicos
Segundo o relator, os pontos polêmicos, que vêm adiando a votação, continuam sendo a proteção à privacidade do internauta e a garantia da neutralidade de rede – princípio segundo o qual os provedores de conexão devem tratar todos os dados de forma igual, não podendo privilegiar determinados sites ou conteúdos em detrimento de outros. “As empresas de telefonia, que nos vendem conexão para a internet, ainda resistem a esses pontos, porque entendem que isso diminuiria seus lucros”, salientou.
Segundo o relator, os pontos polêmicos, que vêm adiando a votação, continuam sendo a proteção à privacidade do internauta e a garantia da neutralidade de rede – princípio segundo o qual os provedores de conexão devem tratar todos os dados de forma igual, não podendo privilegiar determinados sites ou conteúdos em detrimento de outros. “As empresas de telefonia, que nos vendem conexão para a internet, ainda resistem a esses pontos, porque entendem que isso diminuiria seus lucros”, salientou.
Molon não admite mexer no
que chama "princípios basilares” do projeto: a proteção à privacidade, a
neutralidade de rede e a garantia da liberdade de expressão. “Se houver
qualquer mudança de texto que não afete esses três princípios e que permita a aprovação
do projeto, vamos discutir com os parlamentares e com o governo”, disse.
Audiência
pública
A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática aprovou, no dia 10, requerimento dos deputados Antonio Imbassahy (PSDB-BA) e Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) solicitando a realização de audiência pública para discutir o marco civil.
A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática aprovou, no dia 10, requerimento dos deputados Antonio Imbassahy (PSDB-BA) e Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) solicitando a realização de audiência pública para discutir o marco civil.
Serão convidados, além do
relator, representantes do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec),
do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), da Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel), do Sindicato Nacional das Empresas de
Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), da Associação
Brasileira de Internet (Abranet) e da Associação Brasileira de Emissoras de
Rádio e Televisão (Abert).
Na visão de Imbassahy e de
Abi-Ackel, embora o tema tenha sido discutido em comissão especial, é
necessário o debate na comissão temática específica, devido à relevância da
matéria. Essa posição também é defendida pelo deputado Nelson Marchezan Junior
(PSDB-RS): “Os parlamentares devem tirar suas eventuais dúvidas e votar com
segurança, porque não se trata de matéria simples, é bem técnica”. Ainda não
foi definida data para a audiência.
Para o deputado Alessandro
Molon, o tema já foi exaustivamente debatido. “Poucos temas foram tão
debatidos, dentro e fora da Câmara, quanto o marco civil”, observou, lembrando
que foram realizadas diversas audiências inclusive nos estados. “Então, na
minha visão, o projeto já está pronto para ser votado”, concluiu.
Crédito Agência Câmara Notícias
Íntegra da
proposta:
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