Segundo técnicos do IPA, a palma forrageira seria a salvação para o rebanho pernambucano.
Os técnicos do Instituto Agronômico de Pernambuco acreditam
que a palma forrageira é a grande aposta para salvar os animais da fome no
Semiárido, uma das regiões de Pernambuco mais fortemente atingida pela seca.
“Temos que trabalhar plantando palma porque a solução para o Nordeste é palma.
Temos que investir na palma e não é só plantar o milho, porque com o milho a
gente usa a silagem. A silagem tem uma duração muito curta e a palma não, a
gente pode ter palma para dar aos animais o resto do ano”, afirma Edmilson
Moraes, técnico do IPA. A silagem é um método utilizado para conservar a
forragem que alimenta os animais.
Foi para tentar resgatar esse alimento para
os rebanhos carentes que o governo do estado criou uma sementeira em Itaíba, no
Agreste. No local, está plantada a orelha de elefante, uma variedade de palma
mais resistente à praga da cochonilha do que as normalmente cultivadas na
região. O solo foi arado e nivelado e os técnicos adubaram com esterco animal.
Nessa sementeira, a palma foi plantada há um
ano. Se tivesse chovido, ela teria chegado do ponto de corte e, a esta altura,
as sementes já estariam espalhadas por centenas de propriedades. Apesar de não
ter crescido, a planta também não morreu e agora representa uma esperança em
tempos tão secos.
Em uma localidade chamada pelo IPA de unidade
multiplicadora, há 15
hectares com as sementes da orelha de elefante. Com
outras plantações, ao todo, são 23 hectares . Se chover, as raquetes – que são
as partes arredondadas da planta – poderão ser distribuídas dentro de um ano e
meio a agricultores cadastrados. “A gente vai fazer os cadastros dos
agricultores do município e distribuir por igual para eles. Um exemplo: 500
raquetes, 1.000 raquetes para cada um, para você fazer sua própria semente”,
explica José Evandro Leite Torres, outro técnico do IPA.
O pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco e
engenheiro agrônomo João Suassuna defende a plantação adensada, o que significa
uma raquete plantada a dez centímetros da outra. “Você pode, em um hectare de
palma, produzir 400 toneladas, e essas 400 toneladas podem alimentar 200
carneiros. Quer dizer, você tem que implantar esse tipo de coisa para conviver
com o ambiente e não ir contra o ambiente”, afirmou Suassuna.
Fonte: G1
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