quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Coluna Ensaio Geral: Frei Hélio Barbosa, Saudades.





         Natural de Delmiro Gouveia, Frei Hélio Barbosa pertencente a uma tradicional família delmirense, seu pai foi político e chegou a ser prefeito. Frei Hélio é daquelas figuras que quando se conhece é difícil esquecer. Muitas vezes fico pensando se todos os religiosos fossem como ele, como o nosso mundo estaria melhor. Por onde tem passado tem deixado saudades, deixado muitas amizades, deixado às igrejas cheias de fieis, e acima de tudo deixado uma lição a ser seguida - que devemos ser humildes – pois, como Jesus disse, no sermão das montanhas “os humildes herdarão a terra”.
         No ano de 1983 nossa paroquia passaria a ser comandado, pelos os frades capuchinhos, depois que Padre Carício foi ser bispo. Chega a nossa cidade Frei Hélio juntamente com Frei Miguel. Em poucos tempos a comunidade católica de nossa cidade sentiu a grande diferença entre Padre Carício (altamente autoritário) com Frei Hélio (altamente sociável). Os jovens começaram a frequentar em massa as missas, e foram formados dois grupos jovens. O telhado da igreja matriz estava precisando de reparo urgente e Frei Hélio convocou o povo católico para a empreitada e todos ajudaram, e com isto foi trocada toda madeira e substituída as telhas canal (feita na olaria de meu bisavô Chico Correntão) por telha brasilit. A casa de caridade estava em petição de miséria, então ele fez um grande movimento e conseguiu fazer uma boa restauração, ou seja, em apenas 3 anos Frei Hélio deixou um grande legado.
          Frei Hélio é um dos grandes oradores dos frades capuchinhos em todo nordeste, com o seu vozeirão, prende atenção dos fieis. Não se enganem com sua sociabilidade, pois é muito rígido quando a disciplina é quebrada. Vi muitas vezes ele colocar casais que namoravam nas janelas da igreja para correr.
         Com três anos em nossa paroquia frei Hélio foi transferido para Caruaru, e mais de 100 carros o acompanhou até a cidade de Caruaru, foi uma despedida apoteótica, como nunca tínhamos visto.
         Quando foi para o convento de Natal-RN recebeu das mãos do prefeito o titulo de cidadão NATALENSE. Quando teve de sair do convento da Penha em Recife para Maceió. Houve uma verdadeira revolta dos paroquianos, que não queriam o deixar partir, chegaram a pichar as paredes da igreja. Portanto por onde passou deixou saudade.
         Frei Hélio celebrava o casamento e depois ia para a festa dos noivos, e lá bebia, comia (em uma panela) e dançava. Isto cativava as pessoas, o mesmo era feito com os batizados.
         Todos os bons bailes que nossa cidade teve no período em que ele estava na paroquia ele se fazia presente. Embora fosse forte, era um pé de valsa, e todas as coroas queriam dançar com ele. No carnaval brincava alegremente. Eu sempre ia para a casa paroquial conversar com ele, e ali nós bebíamos bons copos de vinho CANÔNICO, uma delícia. Para coroar a nossa amizade ele foi convidado para ser padrinho do meu primeiro filho, como também foi ele que celebrou o meu casamento. Frei Hélio tem uma grande história em nossa cidade, embora só tenha passado 3 anos em nossa comunidade. Posso dizer sem medo de errar que depois de Padre Alfredo Dâmaso ele é o pároco que deixou mais saudades na comunidade católica.

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