terça-feira, 13 de setembro de 2016

Servidores e estudantes lutam contra agressões e ameaças em Palmeira dos Índios.


Os professores do IFAL Campus Palmeira dos Índios estão sendo agredidos e ameaçados em redes virtuais por um aluno do curso de Engenharia Civil, que adotou comportamento agressivo após ter pedidos de dispensa de disciplinas negados. Inconformados com o silêncio da gestão e a morosidade da comissão disciplinar, a comunidade acadêmica se uniu para lutar em defesa dos servidores. 

Na última sexta-feira, 9 de setembro, fruto da situação insustentável no campus, na qual servidores entregaram cargos de gestão e professores ameaçaram paralisar o curso, Pró-Reitores e a Comissão que avalia o caso do aluno foram até Palmeira dos Índios intermediar a situação. 

Na ocasião, os discentes de Engenharia Civil, com o apoio de estudantes dos demais cursos técnicos, se organizaram para receber a comitiva com um ato de protesto, exibindo cartazes e gritando palavras de ordem como: “O professor é meu amigo, mexeu com ele tá mexendo comigo!”.


 
Diante dos gestores do IFAL, em meio ao auditório lotado, os estudantes apresentaram detalhes das inúmeras infrações cometidas pelo jovem em questão, defenderam melhorias no curso e, fazendo coro com os servidores, exigiram a punição máxima prevista no regimento disciplinar, a sua expulsão. 

Agressões

O estudante de 27 anos já abriu mais de 90 processos contra a Coordenação do Curso de Engenharia Civil, Direção de Ensino e professores. Além disso, vem atacando os servidores, chamando-os de imbecis, antas, megalomaníacos, fúteis, frívolos, incompetentes, ignorantes, corja, bandidos destruidores da escola pública, preguiçosos, perseguidores, entre outros insultos.

Adjetivos espúrios, com agressões pessoais, foram destinados à coordenadora do curso, a qual assinou os pareceres negando dispensa de disciplina. Fato que levou a coordenadora a entregar a função. Pior, o estudante de engenharia civil disse que em Alagoas tudo é resolvido através da barbárie e que vai conseguir justiça, “mesmo que para isso tenha que deixar corpos como prova!”.


Em meio ao protesto e ao debate que se instalou no auditório do campus, um dos momentos mais intensos ocorreu quando o servidor – que entregou o cargo de chefe de departamento dos cursos superiores por não concordar com a postura na condução do caso - se posicionou. O ex-chefe de departamento indagou se estavam esperando a morte de alguém para que assim se configure como algo grave. O servidor foi calorosamente ovacionado.

Veredito

O diretor municipal do Sintiefal em Palmeira dos Índios, Ederson Matsumoto, informou que os servidores têm buscado a Direção Geral e a Reitoria para que medidas que garantam a integridade física e moral dos servidores sejam tomadas.

Entretanto, a gestão e a procuradoria desmereceram o caso, tratando-o com banalidade. A comissão para julgar o aluno só foi instaurada pela Reitoria depois de 4 meses do início das agressões e, aparentemente, não deu importância proporcional à gravidade da situação.
 
Só após o depoimento de estudantes e alguns professores nas redes sociais (ver perfil no Facebook da professora Edmara Drigo e do aluno Emanuel Amaral), da campanha “Sou professor com Orgulho e Exijo Respeito” e “sou estudante com orgulho e sei respeitar”, e, principalmente, do protesto na última sexta-feira, o caso parece estar mais perto de um desfecho aceitável.
 
A comitiva da Reitoria, após a manifestação no auditório, se reuniu com os Diretores, Coordenadores e docentes da Engenharia Civil, onde foram registrados ainda mais detalhes e o momento funcionou como mais uma oitiva para coleta de informações. Os docentes e coordenadores não concordam que o aluno não responda por seus atos. A Comissão pediu mais uma semana para analisar os processos e avaliar novamente todo o caso para então dar um parecer final.

Fonte: sintietfal.org.br

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