quinta-feira, 14 de maio de 2015

Bonconselhense, estudantes da UFPE é 1º colocado em concurso de monografia da União Europeia.

Na foto, Rafael Borges, recebe os cumprimentos do Ministro Conselheiro Francisco Fontan Pardo, Chefe Adjunto da Delegação da União Européia no Brasil.

O estudante Rafael Borges de Souza Bias, do 8º período de direito, aluno da Universidade Federal de Pernambuco ficou em primeiro lugar no “5º Concurso de Monografias da União Europeia”


Rafael Borges, que é filho de Elisabete Borges de Sousa Bias e de Fernando de Sousa Bias, recebeu a premiação em uma cerimônia realizada em Brasília, onde ganhou uma viagem de uma semana para a Europa. O concurso é promovido pela Delegação da União Europeia no Brasil.
Rafael Borges de Souza Bias foi selecionado com o trabalho “O bem-estar na era pós-industrial: fundamentos ético-jurídicos para a recuperação dos sistemas de proteção social europeus pela taxação internacional do capital financeiro”. O estudante expõe como os sistemas de proteção social europeus têm sofrido uma decomposição insidiosa nas contraprestações positivas aos cidadãos em situação de vulnerabilidade social. A partir de uma análise crítica, ele observa causas deste cenário e aponta possíveis caminhos a serem seguidos.

A pesquisa que gerou o trabalho premiado é fruto de atividade do Programa-Ação em Direito – FDR, que tem diversos projetos, entre os quais um intitulado “Relação das teorias organizacionais com a precarização das condições de trabalho”, vinculado ao grupo de pesquisas Direito do Trabalho e Teoria Social Crítica, ambos sob a coordenação dos professores do Departamento de Direito Público Especializado Juliana Teixeira Esteves e Everaldo Gaspar Lopes de Andrade.

Após receber o prêmio, Borges postou na sua página do Facebbok:

"Nasci no agreste pernambucano, filho de uma professora e de um policial, da classe trabalhadora os maiores exemplos de espoliação, e na minha trajetória até este momento, tantos outros jovens, com tantos sonhos e a mesma capacidade que eu, ficaram no caminho. Estar vivo sendo um jovem não branco na América Latina é um privilégio, o que dirá universitário e em minhas condições. São essas vidas que se foram, mas que transbordam em mim, as quais nem conheço, mas com as quais me comprometo, que me fazem assumir o compromisso diário para a construção de um mundo melhor. Por mais vago que isso possa parecer, esse pertencimento aos marginalizados de toda sorte é o suficiente para continuar acreditando que uma outra realidade é possível, esses são os motivos de minha pesquisa e o interesse em desvelar os ataques aos direitos sociais dos trabalhadores europeus. Uma injustiça em qualquer lugar do mundo é uma injustiça no mundo todo.

 
Essa construção da pesquisa comprometida com a prática me formou enquanto acadêmico e pessoa e, por isso, seria injusto de minha parte afirmar que cheguei aqui só. Foram os espaços de esperança vivenciados no Recife, O Zoada, NAJUP, G. Asa Branca de criminologia, Movimento Ocupe Estelita, que estiveram comigo agora e por tanto tempo. Compartilho minha fala com todos os parceiros e parceiras nesse doce fardo que é a luta por direitos no Direito.

Caminhando ao final de minha fala, agradeço aos Ministros Conselheiros pelo reconhecimento do trabalho e pelas reflexões compartilhadas, ao público e especialmente as professoras Juliana Teixeira Esteves, Marilia Montenegro e Liana Cirne Lins, e ao professor Gaspar Andrade, pela inspiração diária traduzida nas críticas potentes, no brilho no olhar com que dão aula e fazem da prática pedagógica um exercício de libertação. Esses grandes mestres, lindas almas, fazem parte de quem sou hoje, e por eles tenho profundo amor e admiração.

Agradeço especialmente aos meu pai, minha mãe e minhas tias, mulheres que me educam a partir do exemplo de suas vivências empoderadas. As amo imensamente.

Muito obrigado a todas e todos."


Foi esse sentimento que experimentei durante a premiação do 5º Concurso de Monografias da União Européia. Fico muito feliz em poder ter honrado a tradição da minha casa, a Faculdade de Direito do Recife, o meu Estado e sobretudo ter representado aqueles que vivem do trabalho ao conquistar o 1º lugar no Concurso.

Espero fazer jus ao título quando da viagem as Instituições da União Europeia em Bruxelas e que novas conquistas ocorram junto a projeção do que a comunidade jurídica pernambucana virá a ser num futuro muito breve, com tantos outros promissores estudiosos e estudiosas comprometidos/as com a causa social.










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