segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Teresa Leitão minimiza saída de corrente do PT: "São minoritários"

A coordenação do PT em Pernambuco, por meio de uma nota, repudiou a posição anunciada pelo PT de Lutas e Massas (PTLM), uma das correntes do partido, que decidiu romper com a coligação Pernambuco Vai Mais Longe e apoiar a candidatura de Paulo Câmara (PSB) ao governo do estado e de Fernando Bezerra Coelho (PSB) ao Senado Federal.

Na nota, a coordenação do PT estadual afirma que é "inaceitável e inadmissível" a posição do PTLM, que afronta "decisões legítimas" tomadas pelo partido, que culminaram com a aprovação dos nomes de Armando Monteiro (PTB) para disputa do Executivo estadual e de João Paulo (PT) como postulante ao Senado. A nota faz questão de ressaltar que o grupo dissidente é minoria no partido e que, ao decidir apoiar os candidatos da Frente Popular, "se excluiu do PT". A decisão tomada pelo PTLM é definida como "apequenada, típica dos que priorizam seus interesses em detrimento do projeto de mudanças que o PT lidera".

A presidente estadual do partido, Teresa Leitão, minimizou a saída do PTLM. "Vamos seguir adiante. Eles são muito minoritários", afirmou. Ainda de acordo com ela, qualquer decisão sobre o caso será tomada apenas após as eleições. "Não vai ter retaliação, eles que estão retaliando. Vamos seguir com a campanha e depois tomamos uma decisão". Ela afirmou, entretanto, que Gilson Guimarães, membro da executiva estadual do PT e coordenador da campanha de Dilma Rousseff em Pernambuco, será afastado de suas funções na coordenação.

A versão da PTLM

O PT de Lutas e Massas, declarou por meio de nota divulgada no último domingo (28) que não apoiará as candidaturas de Armando Monteiro para o governo do estado e João Paulo para o Senado Federal. A uma semana das eleições, a corrente afirmou ainda que passará a apoiar a chapa majoritária da Frente Popular, composta por Paulo Câmara (PSB) e Fernando Bezerra Coelho (PSB).

Na nota, a corrente relembra a embate interno ocorrido no PT para definição da Prefeitura do Recife em 2012, afirmando que desde então, "as posições políticas vêm sendo tomadas sem a necessária discussão com a base partidária". A corrente do PT afirma ainda que a decisão pelos nomes de Armando Monteiro e João Paulo para composição da chapa majoritária estadual ocorreu de forma "antidemocrática e arbitrária".

Gilson Guimarães, um dos líderes da dissidência, aponta que apesar de a corrente ter acatado a escolha de Armando e João Paulo, sempre houve insatisfação dentro do PT. De acordo com Gilson, umas das razões do rompimento do PTLM foi o fato de os dois candidatos esconderem Dilma nas suas campanhas, além de não promoverem a reeleição da petista. "Armando não tinha compromisso direto com a candidatura de Dilma. Carros de som dele no interior, por exemplo, só tocavam a  música dele, não tocavam a de Dilma", afirma.

Armando e João Paulo, de acordo com Gilson, temiam que o uso da figura de Dilma gerasse desgaste em suas candidaturas."Eles tinham a avaliação de que se colasse a campanha com Dilma, ela puxaria os dois para baixo. De repente, eles começaram a fazer o movimento contrário", avalia Gilson, ressaltando que a mudança de opinião veio junto com a queda nas pesquisas e o consequente crescimento da Frente Popular.

De acordo com Gilson, um comitê para promover unicamente a candidatura de Dilma foi criado no estado para receber os partidos que apoiam a presidente nacionalmente, mas não fazem parte da coligação Pernambuco Vai Mais Longe. Recentemente, porém, aliados de Armando começaram a "forçar a barra" tentando fazer uma agenda única, o que tornou a situação insustentável. Ele ressalta que outras cinco correntes do PT estadual também não apoiam Armando, mas optaram por não expor o posicionamento.

Questionado pela razão da nota de apoio à Frente Popular ter sido divulgada tão próxima da eleição, Gilson afirmou que o PTLM formulou o documento no último dia 23, mas considerou que o momento atual era o "mais oportuno".Ele ressaltou também que, mesmo que Armando Monteiro vença a eleição, a posição das correntes divergentes vai trazer uma discussão interna no PT estadual. A nota do PTLM enfatiza que a decisão foi tomada por 80 diretores municipais do PT, cinco presidentes municipais do PT, três dirigentes estaduais do PT e dois membros da Executiva Estadual do PT. 

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